Somente pelo Estado serão desembolsados R$ 247 milhões para 153 mil servidores, na ativa e inativos
Os
funcionários públicos do governo do Estado já têm data certa para
receber a primeira parcela do 13º salário. Ontem, o secretário da
Fazenda, Mauro Benevides Filho, anunciou, para o dia 25 de junho, a
liberação do saque. O valor correspondente à metade do pagamento de cada
funcionário. Ao todo, serão 153 mil servidores públicos que terão à
disposição o dinheiro. Destes, 100 mil estão ativos, 34 mil inativos e
mais 16 mil são pensionistas. O desembolso, que representa R$ 247
milhões para os cofres públicos, de acordo com o secretário, objetiva
manter aquecido o mercado interno.
Vendas do comércio crescem com injeção de recursos do 13º na economia FOTO: JULIANA VASQUEZ
"Observando
uma diminuição do ritmo da economia, a injeção desse volume de dinheiro
vai acelerar mais a economia cearense", ressaltou Mauro Filho.
Ele ainda voltou a ressaltar o desempenho local, cujo crescimento registrado no ano passado foi maior que o brasileiro.
No
que diz respeito à política salarial do governo do Estado, Mauro Filho
garantiu que "os reajustes dados pelo governador Cid Gomes foram todos
superiores ou, no mínimo, iguais à variação da inflação".
Déficit de R$ 400 milhões
Mensalmente,
são descontados 11% da remuneração de cada servidor público para ser
destinado à previdência. O volume total contabilizado deste percentual
não foi informado. Para dar conta da previdência de todos os 153 mil
servidores, Mauro Filho informou que, de acordo com a lei que rege
atualmente o modelo previdenciário, o Estado entra com o recolhimento do
servidor e o mesmo volume em sua contrapartida, e ainda são necessários
mais R$ 400 milhões.
Impacto minimizado
Questionado
sobre o impacto dos reajustes salariais anunciados previamente e os
inesperados - oriundos de negociações como a dos Policiais Militares -, o
titular da Sefaz afirmou que não teve aumento significativo da folha de
pagamento. "Passou de 49,1% para 50% entre o ano passado e este ano",
disse. "O percentual não aumentou por que a receita do Estado também
cresceu".
Novo modelo
A exemplo do que
aconteceu com os servidores públicos federais, também estão sendo
pensadas alterações para o modelo previdenciário cearense, segundo
garantiu Mauro Filho.
"O Estado está estudando formas para
solucionar esse problema similares ou mais inovadoras que as definidas
pelo governo Federal", ressaltou. Ele disse ainda que a sua participação
nessas mudanças será de opinar sobre o que está sendo formulado pela
Secretaria de Planejamento e Gestão, pasta responsável pela definição do
modelo de previdência. Em termos nacionais, um fundo de previdência
complementar em substituição ao regime antigo, que garantia o pagamento
integral do salário aos aposentados.
Prefeitura
Os
servidores municipais vão receber 40% do 13º salário nos dias 15,18 e
19 de junho. O pagamento para professores, inativos, pensionistas sai na
primeira data. Servidores da Educação e Saúde no dia 18. Indiretas
recebem no último dia.
OPINIÃO
Comércio retoma crescimento com o adiantamento
Cid Alves
Presidente do Sindlojas
Com
o pagamento da primeira parcela do 13º salário da economia em junho, já
começa o reaquecimento das vendas do comércio de Fortaleza. É um
impacto muito positivo. Passamos por um momento delicado na economia com
efeitos da crise na zona do Euro, da seca no Nordeste e da greve dos
trabalhadores da construção civil que dificulta a ida e vinda, o
tráfego, o que reflete uma baixa nas vendas. Todo o cenário no Ceará é
desfavorável. O adiantamento facilita. Vai ter uma retomada do
crescimento, para não cair tanto. É uma grande injeção de recursos na
economia. Para alguns comerciantes, é a tábua da salvação. Esse ano
estamos amargando perdas grandes. Há um receio de perder emprego. Então,
os trabalhadores têm consumido menos, e o faturamento tem sido menor.
Mas o segundo semestre deve ser mais aquecido. Quando acaba a quadra
chuvosa, o nordestino sai de casa e vai às compras, e com mais dinheiro
no bolso, com a injeção do 13º, o segundo semestre vai ser muito melhor
que o primeiro. A vontade de consumir não diminuiu, está reprimida, e
vão consumir mais. Aposto muito no consumo do Brasil no segundo
semestre. Mas não vai ser melhor que 2011. O ano passado não foi ruim,
mas crescemos bem. O resultado de 2012 provavelmente não vai chegar
próximo de 2011.
Não sou pessimista, sou realista. O comércio
está indo bem, mas podia ser melhor. O que mantem o setor é a economia
do Estado, que tem envolvimento político.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMAREPÓRTER
/Diário do Nordeste
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