terça-feira, 25 de setembro de 2012

Juazeiro descentraliza comércio para os bairros

Consumidores da região do Cariri estão de olho nas novas opções de compras que não estão mais só no Centro
Juazeiro do Norte O crescimento do setor comercial em bairros deste Município tem atraído até novas agências bancárias, além da geração de empregos nos setores formal e informal. No bairro Pirajá, vem sendo registrada a maior concentração de lojas. Pontos comerciais do Centro da cidade têm migrado para o local. Para a Câmara de Dirigentes Lojista (CDL), de Juazeiro do Norte, são polos comerciais que estão se formando e fortalecendo a economia da cidade, con resultados favoráveis.

A competitividade favorece um melhor preço para o consumidor fotos: Elizângela Santos
Os bairros Pirajá, São José e Novo Juazeiro são os que mais têm se desenvolvido nos últimos anos nesse segmento. Em torno do mercado do Pirajá, dezenas de lojas se instalaram, principalmente nos últimos 10 anos. Para atender à demanda, desde o ano passado foi aberta a primeira agência do Banco do Brasil.

Vizinho ao local, começou a funcionar a Caixa Econômica Federal (CEF), há cerca de três meses. A terceira unidade prevista é uma agência do Bradesco, que deverá funcionar a partir do próximo ano.

Popular
As lojas têm se multiplicado no bairro e atraído a clientela até de outros Municípios, segundo a gerente de uma ótica na localidade, Sandra Costa. Foi a primeira de, pelo menos, três que existem na Avenida Ailton Gomes, onde se encontra a maioria dos estabelecimentos. Ela afirma que a venda não chega a se equiparar ao Centro, mas percebe que o comércio popular tem sido o forte. "Temos clientes até de Santana do Cariri", afirma.

Na avenida, funcionam desde casas lotéricas, bancos, supermercados, lojas de confecções, calçados, material de construção, farmácias e serviços variados, além do mercado do Pirajá, que antes da inauguração da Central de Abastecimento do Cariri (Ceasa- Cariri), em Barbalha, era o principal fornecedor de hortifrutigranjeiros da região.

Para a dona-de-casa, Sandra Maria Alves de Araújo, residente no bairro vizinho ao Pirajá, o Tiradentes, o comércio tem se fortalecido no local e facilitado a vida dos moradores das localidades mais próximas. Ela afirma que não vê muita diferença nos preços dos produtos em relação aos estabelecimentos do Centro e poucas vezes se desloca do bairro. "É muito mais vantajoso para as pessoas, que não precisam ir para outras localidades", diz ela.

E essa realidade tem sido importante também para os lojistas. Segundo o presidente da CDL de Juazeiro, Michel Araújo, muitos comerciantes preferem se instalar nos bairros, em virtude das despesas de manutenção. A alta dos aluguéis no Centro de Juazeiro, fez com que muitos lojistas procurassem os bairros Pirajá e Novo Juazeiro. De acordo com Michel, é muito difícil ter um levantamento em números do que representa essa fatia do mercado.

De acordo com o dirigente lojista, hoje são cerca de 6.700 registros de CNPJ de pontos comerciais na cidade. Apenas 700, o que corresponde em torno de 11% desse total, estão filiados à CDL. "Portanto, não dá para se ter uma margem da representatividade do ponto de vista econômico", justifica. Já no bairro São José, que separa as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, se instalaram, nos últimos anos, grandes redes de atacado, a exemplo do Maxxi Atacado, da rede Walmart, além do Atacadão, do Carrefour. Em torno desses grandes empreendimentos, novas lojas se instalam na Avenida Padre Cícero, principalmente novas concessionárias de veículos.

Para o empresário Jonas Miguel da Silva (Gonzagão), sair do Centro da cidade como vendedor, para investir em uma loja de material de construção há 12 anos, no bairro Pirajá, foi a melhor opção que teve na vida. Eram poucos os estabelecimentos do ramo quando ele chegou na Avenida Ailton Gomes. Hoje, são mais de 15 do segmento. "Temos nesta área um comércio forte e variado, que atrai compradores de várias cidades da região e não apenas dos bairros", diz ele.

Em pouco mais de um ano aberta no bairro Pirajá, a agência do BB tem superado as expectativas em movimentação. Segundo o gerente, Raimundo Pedroza, há um movimento normal de uma agência bancária de porte médio de até 12 anos de funcionamento.

A realidade de negócios na área chama atenção do gerente. Um flat e um hotel estão sendo construídos nas proximidades da agência do BB. Um verdadeiro mercado de confecções toma conta do canteiro central da rua. Uma mistura do comércio formal, convivendo ainda de forma pacífica com à informalidade.

ELIZÂNGELA SANTOSREPÓRTER /Diário do Nordeste

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