quarta-feira, 3 de julho de 2013

O povo, que sempre foi COADJUVANTE, está adorando ser PROTAGONISTA. Querem AFASTÁ-LO das ruas, com malabarismos plebiscitaristas e inúteis

Tudo é INSATISFAÇÃO, que não se abafa com MISTIFICAÇÕES. Três partes da POPULAÇÃO, envolvidos e preocupados, sabendo ou não. Na confusão, a Petrobras tenta salva Eike Batista.

 


Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa 




Anteontem, falei com um amigo (professor de Filosofia), que antes de me abraçar e cumprimentar (o que fez logo, carinhosamente), dispara: “Helio, que bom te ver, para onde está indo este país?”. A pergunta hoje é obrigatória, não posso deixar sem resposta. Em três partes, nada do que está nas ruas é isolado, sem ligação ou comprometimento.
1 – “Uma parte está nas ruas, em todas as ruas e praças, acha que deve sair delas, mas não abandonar tudo, gostaram do que fizeram e estão fazendo. Pela primeira vez essa geração é protagonista, está sendo ouvida pelos governantes que sempre os desprezaram e ignoraram”.
2 – “A segunda parte, composta inteiramente pelos que sempre foram donos e proprietários do Poder, que usavam única e exclusivamente em proveito próprio. Estão com medo de serem jogados nas ruas, perderem os cargos, o Poder, as fantasias, perspectivas e estimativas”. E parei.
Aí o amigo dileto e competente, pergunta: “E a terceira parte dessa população que não pode ter apenas DUAS PARTES?’. Concordo, explicando, sem muita certeza, até com incertezas:
3 – “Essa terceira parte é de gente como eu, você e milhões de outros, que observam tudo, mas absorvem pouco. Sabem que os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) são igualmente responsáveis pelo que está acontecendo ou vai acontecer. Mas perderam a iniciativa de fazer ou mandar parar, não têm nem capacidade de análise, parecem perto, mas estão distantes de tudo. A impressão é de que vivem em outro país”.
E na verdade vivem mesmo, não conseguem identificar a fala das ruas como a única, irrefutável e irrevogável palavra que define tudo o que está “rolando” pelo país: I-N-S-A-T-I-S-F-A-Ç-Ã-O.
Pretendem tirar o POVO DAS RUAS, consideram que, com tolices, invencionices e malabarismos “plebiscitários”, conseguirão alguma coisa. Não percebem que a INSATISFAÇÃO não poderá ser apagada ou reprimida com concessões espúrias a eles mesmos, fingindo que estão OUVINDO A VOZ DAS RUAS, como disse Dona Dilma.
REELEIÇÃO E CONSTITUIÇÃO DE 1946
É um sistema que caminha para impedir alguém de se eternizar no Poder. O comentarista Jair de SP considera que esse (a reeleição) é um “câncer que precisa acabar”.
Muito moço, uma das minhas primeiras coberturas importantes na revista O Cruzeiro foi a Constituinte de 1945, que promulgou a Constituição de 1946. Fiquei satisfeitíssimo e escrevi na época: “Esse é o sistema presidencialista ideal”. Qual era? Proibição de reeleição e mandato presidencial de cinco anos. Durou até 1998, quando FHC comprou e pagou a própria reeleição. Como os crimes contra a Constituição não prescrevem, o ex-presidente deveria ser responsabilizado.
CONSTITUIÇÃO DE 1988
Constituinte originária, eleita diretamente pelo povo, podia tudo. Ninguém sequer fez a proposta de incluir no texto a possibilidade de reeleição. Isso foi em 1988. Apenas 10 anos depois, FHC rasgava a Constituição (pagava com a fábula de dinheiro das privatizações, manipuladas por um ministro seu, que não está mais aqui, ex-sócio de Golbery), implantava a reeleição para ele mesmo.
AS VERDADES FALSIFICADAS DE
DONA DILMA, LONGE DO MARACANÃ

Deu “pontapé inicial” em estádios, inaugurou vários sem saber quanto custaram, foi à abertura do Mané Garrincha de 1 BILHÃO E 500 MILHÕES. Vaiada intensamente, decidiu logicamente não ir ao Maracanã para a final com o Brasil.
Desesperada, despreparada e assustada, é até compreensível que não saísse de Brasília para ser novamente vaiada, só que no Rio. Mas não podia faltar com a palavra. Perguntada por que não foi à final do Brasil, respondeu: “Não sabia, não estava na agenda”.
Como dizia o Millôr, quando criou o genial “Pif-Paf” na revista O Cruzeiro, com 23 anos de idade, revolucionando o jornalismo: “Pano rápido”. Isso há 68 anos e introduzindo nas ruas e nas  bancas de jornais a palavra revolucionando, hoje em plena atualidade.
EIKE BATISTA, BNDES, PETROBRAS
Há 4 meses o Banco Santander dos EUA (muito mais importante do que o do Brasil) deu uma notícia exclusiva para o canal Bloomberg, um dos mais vistos do mundo: “Em 2014, Eike Batista não terá mais recursos de caixa”. Três dias depois, republiquei a nota aqui.
As ações vieram caindo ininterruptamente, a falta de caixa acontecerá bem antes do que a análise do Santander americano, revelada no canal de propriedade do prefeito de Nova Iorque. E antes mesmo de ser eleito e reeleito, um dos 10 homens mais ricos do mundo.
Depois de 3 meses de queda, as ações (TODAS) de Eike Batista estão no chão literalmente. A mais importante do grupo, que chegou a ser negociada por 23 reais e 57 centavos, está agora a 0,56 centavos de reais. (Ontem caiu mais 10 por cento, chegou a bater 0,50 cravados. E foi logo rebaixada (MAIS?) pela Morgan Stanley.
E as centenas de milhares de pessoas que se tornaram acionistas por causa da publicidade-promoção-marqueting? Quem vai resgatar seus prejuízos? Podem dizer: “Compraram, porque quiseram”. É apenas uma parte da verdade.
HÁ 4 MESES, DONA GRAÇA AJUDAVA
EIKE. AGORA, NOVAMENTE?
Em plena crise do empresário destrambelhado, a presidente da Petrobras dizia, como quem não quer nada: “Estamos conversando com Eike Batista”. Muita gente acreditou, não vendeu, aumentou os prejuízos.
Agora Eike quer vender, não encontra comprador. Mas nos corredores da empresa, se diz: “A Petrobras é um dos possíveis interessados em ficar com o que não interessa a ninguém”. O BNDES, de prontidão. É um dos escândalos mais “cúmplices e acumpliciados” desse governicho de falsa faxina.
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PS – Dona Dilma perde todas as chances de fazer alguma coisa. Resolveu convocar reunião ministerial, 39 deles não cabiam no Planalto nem no Alvorada.
PS2 – Teve que convocar a belíssima (e enorme) Granja do Torto, onde o “presidente” Figueiredo gostava de andar a cavalo.
PS3 – Podia ter aproveitado para impedir-demitir 20 deles, explicando: “Está vendo, não cabem todos nem aqui nem em qualquer organograma de administração”.
PS4 – O plebiscito é uma empulhação. Na verdade, querem fazer CONSULTA e depois um REFERENDO. Tudo irreal. E assim mesmo, se não valer para 2014, aí é que ninguém se entenderá.
PS5 – Sem considerar que quase todas essas medidas-mudanças poderiam ser executadas, como já disse aqui antes, através de PEC ou de projeto URGENTE-URGENTISSIMO, está na Constituição.

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