sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mãos que grafitam, paredes que falam

As intervenções urbanas crescem por Teresina e o grafite traduz, com expressão e diferentes cores, as vozes das ruas.

Glenda Uchôa/Ccom
Hudson Melo (Foto:Regis Falcão)
Basta algumas latas de spray, às vezes pincel e tinta, e uma ideia. Em minutos, paredes, portões e até calçadas, transformam-se em grandes telas de arte expostas entre as ruas da cidade. Os grafiteiros rompem a homogeneidade do cinza e espalham cores pela capital que, dia-a-dia, cresce em intervenções urbanas. As paredes de Teresina falam. Você já escutou?

Hudson Melo (Foto: Regis Falcão)
Hudson Melo há cerca de 10 anos dá voz e forma à arte das ruas. Um dos primeiros a movimentar o cenário das intervenções de grafite na cidade, o artista explica que para todo desenho há uma intenção. “Todo grafite tenta dizer alguma coisa. A gente sai com um desenho na mente e tenta encontrar o lugar que dê certo para fazer. Muitas vezes, poucos dias depois, as pessoas apagam, mas têm trabalhos que duram por anos”, esclarece. As artes de Hudson são multifacetadas e a partir do dia 3 de setembro até o dia 14, ele apresenta pela primeira vez em São Paulo a exposição Lado de Fora, na Urban Arts da Oscar Freire. Ao todo, seis telas que utilizam técnica mista – com tinta acrílica, spray e látex – serão exibidas na galeria.
Passeando por desenho de personagens, painéis cheios de traços, figuras imaginárias, máscaras, o grafiteiro transforma as paredes e demais estruturas da cidade em grandes telas ao ar livre. “Atualmente, tenho concentrado meus trabalhos nas máscaras. Na verdade, entendi que tudo que eu produzi pode ser sintetizado em diferentes etapas, diferentes máscaras da minha própria vida”, comenta.

Hudson Melo (Foto: Regis Falcão)
Na grande maioria das vezes feita em grupo, a arte das ruas tem dado tons múltiplos à arquitetura da capital, através da assinatura de muitos nomes, como o exemplo dos grafiteiros WG, DC, Dhieck, Maguim, Manin, Kep e Gardel. Cidade grafitada
O desenho de três rostos feito em grafite, há seis anos, marcam a visão de quem transita pela rua Davi Caldas, nas proximidades da praça Pedro II, no Centro de Teresina. “Fiz o grafite com mais dois amigos, porque nos já andamos na cidade guardando na memória os locais que são bons para grafitar. Grafitamos ali há seis anos e todo mundo recebeu bem, isso tem costumado acontecer”, conta Dhieck.
Entre a aceitação e a recusa, os grafites se espalham por Teresina e ocupam todos os cantos da cidade. Em cada intervenção, diferentes ideias ganham espaços, seja nas paredes de construções

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