As intervenções urbanas crescem por Teresina e o grafite traduz, com expressão e diferentes cores, as vozes das ruas.
Glenda Uchôa/Ccom
Hudson Melo (Foto:Regis Falcão)
Basta algumas latas de spray, às vezes pincel e tinta, e uma ideia. Em
minutos, paredes, portões e até calçadas, transformam-se em grandes
telas de arte expostas entre as ruas da cidade. Os grafiteiros rompem a
homogeneidade do cinza e espalham cores pela capital que, dia-a-dia,
cresce em intervenções urbanas. As paredes de Teresina falam. Você já
escutou?
Hudson Melo (Foto: Regis Falcão)
Hudson
Melo há cerca de 10 anos dá voz e forma à arte das ruas. Um dos
primeiros a movimentar o cenário das intervenções de grafite na cidade, o
artista explica que para todo desenho há uma intenção. “Todo grafite
tenta dizer alguma coisa. A gente sai com um desenho na mente e tenta
encontrar o lugar que dê certo para fazer. Muitas vezes, poucos dias
depois, as pessoas apagam, mas têm trabalhos que duram por anos”,
esclarece.
As artes de Hudson são multifacetadas e a partir do dia 3 de setembro
até o dia 14, ele apresenta pela primeira vez em São Paulo a exposição
Lado de Fora, na Urban Arts da Oscar Freire. Ao todo, seis telas que
utilizam técnica mista – com tinta acrílica, spray e látex – serão
exibidas na galeria.Passeando por desenho de personagens, painéis cheios de traços, figuras imaginárias, máscaras, o grafiteiro transforma as paredes e demais estruturas da cidade em grandes telas ao ar livre. “Atualmente, tenho concentrado meus trabalhos nas máscaras. Na verdade, entendi que tudo que eu produzi pode ser sintetizado em diferentes etapas, diferentes máscaras da minha própria vida”, comenta.
Hudson Melo (Foto: Regis Falcão)
Na
grande maioria das vezes feita em grupo, a arte das ruas tem dado tons
múltiplos à arquitetura da capital, através da assinatura de muitos
nomes, como o exemplo dos grafiteiros WG, DC, Dhieck, Maguim, Manin, Kep
e Gardel.
Cidade grafitadaO desenho de três rostos feito em grafite, há seis anos, marcam a visão de quem transita pela rua Davi Caldas, nas proximidades da praça Pedro II, no Centro de Teresina. “Fiz o grafite com mais dois amigos, porque nos já andamos na cidade guardando na memória os locais que são bons para grafitar. Grafitamos ali há seis anos e todo mundo recebeu bem, isso tem costumado acontecer”, conta Dhieck.
Entre a aceitação e a recusa, os grafites se espalham por Teresina e ocupam todos os cantos da cidade. Em cada intervenção, diferentes ideias ganham espaços, seja nas paredes de construções
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