Mariana Haubert e Paulo GamaFolha
A bancada do PMDB na Câmara definiu que dará prioridade a medidas que estimulem a economia, inclusive sobre o pacote anticorrupção apresentado pela presidente Dilma Rousseff. Apesar da disposição em votar o ajuste fiscal, o que ajudará o governo a recuperar parte da economia do país, o PMDB resgatará uma proposta de emenda à Constituição que limita o número de ministérios a 20. Existem 39 ministérios atualmente na estrutura do governo. A sigla também pedirá que Dilma vete a triplicação de recursos para o fundo partidário.
“Já temos leis anticorrupção no país, tanto é que já temos pessoas sendo punidas. A questão do ajuste econômico é algo que precisa ser feito de imediato. Afinal, temos uma crise econômica em marcha no país. Essa é a primeira prioridade, mas não que não seja importante votar o pacote anticorrupção”, afirmou o líder da legenda, Leonardo Picciani (PMDB-RJ).
“O país não pode parar. A vida não se interrompe para que se investigue corrupção. Ela tem que ser investigada no dia a dia”, completou. O pacote anticorrupção foi apresentado como uma primeira resposta do governo às manifestações de rua realizadas no fim de semana.
PROPOSTA DE CUNHA
O projeto de redução do número de ministérios foi apresentado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2013, quando era líder do PMDB, e estava parado. Agora, a sigla pedirá que ele volte a tramitar. Segundo Picciani, a proposta será colocada em votação na Comissão de Constituição e Justiça da Casa na próxima semana. Se for aprovado, passará pela análise de uma comissão especial e pelo plenário da Câmara.
O deputado reclama que o governo está impondo as restrições econômicas à população e está exigindo que o Congresso segure a pauta negativa sem demonstrar onde está “cortando na própria carne”. “A PEC é a proposta do PMDB para que se tenha o compromisso de todos os setores do governo, de todos os poderes e de toda a sociedade”, disse.
FUNDO PARTIDÁRIO
Após reunião da bancada da legenda na manhã desta quinta-feira (19), os peemdebistas também definiram que irá pedir à Dilma para que ela vete o aumento de recursos para o Fundo Partidário incluído no Orçamento de 2015.
O texto foi aprovado pelo Congresso na última terça-feira (17) com a destinação de R$ 867,5 milhões para o fundo, um dos principais mecanismos de financiamento dos partidos políticos.
O valor inicial previsto na proposta enviada pelo governo era de R$ 289,5 milhões. Relator do Orçamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que ampliou os recursos em R$ 578 milhões para atender um pedido dos partidos –que temem a redução das doações privadas depois da Operação Lava Jato.
Durante a reunião, os peemedebistas voltaram a reclamar da falta de espaço para negociar com o governo medidas, principalmente econômicas, antes de elas serem encaminhadas ao Congresso. Eles cobraram do líder que consiga mais espaço para o partido.
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