Nos últimos tempos uma das maiores preocupações de políticos com o governo é o programa Guardião. O software da Secretaria de Segurança tem o poder de fazer escutas telefônicas indiscriminadamente. Não é novidade para ninguém! Todos temem o poder do Guardião. Eu mesmo em conversa com algumas fontes já ouvi tanto de aliados quanto de adversários do governo: “Melhor falar pesso9almente”. Nesta semana, pela primeira vez, o caldo engrossou para o lado do governo e seu Guardião.
Dias atrás a deputada Andrea Murad (PMDB), que faz oposição ao governo, usou a tribuna para afirmar que, de acordo com denúncias, seu telefone está sendo grampeado pelo programa.. Imediatamente o secretário de Articulação Pplítica, Márcio Jerry, rebateu as denúncias e disse com todas as letras:
Consta que o pai dela (Ricardo Murad) cometia muito esta irregularidade
A denúncia de Jerry, um agente do alto escalão do governo, é gravíssima. Ora, Jerry não só acusou um ex-secretário de segurança de usar a ferramenta para promover “irregularidades”, mas assumiu que o sistema é falho e pode ser usado ao bel prazer do governo. E, o pior de tudo, Márcio deu a entender que houve crime, assumiu a fragilidade do sistema e após longos meses de governo, nada foi investigado.
ISSO É GRAVE!
Tratar uma ferramenta tão poderosa como brinquedo do governo da vez é tenebroso. Apesar do tratamento “normal” que várias pessoas da classe política dão a esta degeneração, a coisa é grave! E prestem bem atenção: não só adversários estariam sendo alvo do tal Guardião, mas aliados também!
Ricardo Murad pareceu disposto a encerrar as discussões sobre este absurdo e provocou Márcio Jerry a entrar no desafio. Ele propõe que seja feita uma ampla investigação nas suspeitas de que o governo vem promovendo escutas ilegais. tanto no atual governo quanto no tempo em que el, Ricardo, foi secretário.
Ricardo Murad se disse indignado com as acusações de Jerry que o apontam como autor de escutas e fez revelações que colocam em dúvida se Márcio, na verdade, não o acusa por algo que está sendo feito no governo Flávio Dino.
“No período de 30 dias em que exerci o cargo de secretário de segurança não fiz nenhum tipo de alteração, nem técnica e nem de pessoal, no sistema. Nem tempo para conhecer o equipamento e o local onde funciona eu tive. O que sei é que eram todas pessoas idôneas e muito profissionais”, esclareceu Ricardo.
No entanto, o ex-secretário afirma que o comportamento do novo governo foi muito diferente.
Flávio Dino, ao contrário de mim, deve ter muito interesse no programa que faz escutas e desprezo pelos profissionais que atuavam. Afinal de contas, trocou a equipe e inclusive deslocou da chefia o ex-secretário Marcos Affonso. E fez tudo isso com uma rapidez incomum, disse Ricardo.
Ricardo deu a deixa, resta saber se o atual governo irá acabar com esse capítulo obscuro da política maranhense.