sexta-feira, 2 de setembro de 2016

'Se pudesse, dava minha vida para ter ela de volta', diz namorado que matou técnica de enfermagem


 

Marco Aurélio da Conceição Machado, 24 anos, se entregou à polícia ontem à tarde; ele confessou crime

O mecânico Marco Aurélio da Conceição Machado, 24 anos, confessou ter matado a técnica de enfermagem Jeiza de Jesus Andrade, 27, após se entregar na tarde dessa quinta-feira (1), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), seis dias após o crime. Marco estava escondido na casa de um amigo em Periperi e, com a voz embargada, disse que estava arrependido. Ele foi apresentado na manhã desta sexta-feira (2), na sede do DHPP.
Durante a coletiva, Marco Aurélio pediu desculpas aos familiares da ex-namorada. “Eu não sei explicar como aconteceu. Fugi porque fiquei desesperado. Nunca imaginava matar ninguém. Nunca fui ciumento com ela, ela que era muito ciumenta pro meu lado. Eu tô arrependido. Se eu pudesse, voltava no tempo pra trazer ela aqui de volta. Eu só queria isso, ter ela de volta. Eu amava ela! Se eu pudesse dar minha vida para ela estar aqui, eu daria”, disse.
Marco Aurélio da Conceição Machado
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
De acordo com a delegada Mariana Ouaiss, titular da 1ª Delegacia de Homicídios, Marco contou à polícia que asfixiou Jeiza com as mãos depois de uma discussão por ciúmes na sexta-feira (26). Ele tinha ido a uma festa na vizinhança e a namorada ficou em casa, porque não estava se sentindo bem. Ao sair da festa, ele foi para a casa dela e os dois discutiram porque a técnica de enfermagem acreditava que Marco Aurélio estava paquerando alguém na comemoração.
"Ele disse que não teve a intenção de matar e que ela tinha agredido ele fisicamente na discussão. Na tentativa de contê-la, ele disse que a jogou sobre a cama e começou a apertar o pescoço dela. Depois quando ele viu, ela já estava morta", contou a delegada. Após o crime, o mecânico se escondeu na casa de um amigo, no bairro de Periperi. Ele afirmou à polícia que não sabia que havia um pedido de prisão expedido contra ele. 
Amigos relataram à polícia que o casal tinha um relacionamento conturbado e que brigavam sempre por causa de ciúmes. Segundo a delegada, em uma das brigas, no Natal do ano passado, Marco Aurélio agrediu Jeiza, no meio da rua, chamando atenção dos vizinhos. A técnica de enfermagem ficou com um hematoma no olho e prestou queixa na polícia como se tivesse sido vítima de um assalto.
Marco Aurélio vai responder por feminicídio e pode pegar entre 12 e 30 anos de prisão. 
CrimeO corpo da técnica de enfermagem Jeiza de Jesus Andrade, 27 anos, foi encontrado dentro da casa onde ela morava no bairro de Nova Brasília de Itapuã no domingo (28). Segundo relatos de vizinhos, Jeiza foi vista pela última vez na sexta-feira (26). Ela morava sozinha na Travessa Luiz Viana Filho. Segundo a Polícia Civil, a causa da morte foi asfixia e espancamento.
Quando perguntado na apresentação sobre porque fugiu levando o celular de Jeiza, Marco Aurélio contou que saiu da cena do crime em estado de choque e que pretendia avisar a família da vítima sobre o ocorrido, mas não teve coragem.
Depois de ter cometido o crime, Marco Aurélio ainda usou o celular da vítima para mandar mensagens se passando pela jovemDe acordo com um familiar, que preferiu não se identificar, haveria uma festa de formatura de um parente na casa de uma das tias de Jeiza, em Itapuã. 
Por volta das 22h de sexta, uma mensagem de texto foi enviada para um parente da vítima dizendo que ela (Jeiza) não iria na formatura porque naquele final de semana ela estaria de plantão e teria que ir no salão cuidar do cabelo. Para o familiar de Jeiza, esta mensagem já foi enviada por Marco Aurélio.
"Estive com ela no dia anterior e Jeiza já havia feito o cabelo. Além disso, ela não costumava mandar mensagens de texto. Nos falávamos mais por áudio", disse. Cerca de uma hora e meia, uma outra mensagem foi enviada pelo celular de Jeiza para o mesmo número. "Chegou uma outra mensagem dela dizendo 'Tia', minha tia respondeu, mas não obteve mais resposta", disse. Questionada se o fato agravaria a pena de Marco Aurélio, delega que investiga o caso respondeu que não teve acesso ao celular da vítima. 

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