sábado, 3 de junho de 2017

Lupicínio Rodrigues, o compositor romântico dos nervos de aço


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Charge do João Bosco (Arquivo Google)
Paulo Peres
Site Poemas & Canções
O compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974), Lupe, como era chamado desde pequeno, compôs músicas que expressam muito sentimento, principalmente, a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, Lupicínio buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos e, nesse sentido, “Nervos de Aço” não foge à regra, porque Lupe fala de um sentimento numa ocasião especial, com franqueza.
Além disso, o desejo de morte é superado e surge o canto. Cantar é colocar-se acima das regras; é olhar para o futuro; é transcender o desejo de dor e continuar vivendo. Originalmente, “Nervos de aço” foi lançada em 1947, na Continental, pelo cantor paulista Déo (Ferjalla Rizkalla), mas pouco depois, Francisco Alves também gravou a música na Odeon, conseguindo um enorme sucesso.
NERVOS DE AÇO
Lupicínio Rodrigues
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor 

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