quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Bolsonaro diz aos governadores eleitos que medidas serão “um pouco amargas”

Bolsonaro disse que população “espera mudanças”
Daniel Gullino
O Globo
Em encontro com 20 governadores eleitos, realizado nesta quarta-feira, dia 14, em Brasília, o presidente eleito Jair Bolsonaro fez um discurso de conciliação e pregou a união entre todos, independentemente dos partidos de cada um. De acordo com Bolsonaro, é preciso dar uma satisfação à população, que espera mudanças.
“Vamos dividir o desafio com vocês, e os senhores podem dividir o desafio de vocês conosco. Faremos todo o possível para atendê-los, independente de coloração partidária. Não interessa se o colega é do PT ou de outro partido, do DEM ou do meu PSL”, afirmou. Em outro momento, Bolsonaro afirmou que o partido de todos agora “é o Brasill”. “A partir desse momento não existe mais partido. Nosso partido é o Brasil”, disse..
DEMANDAS – O encontro foi organizado pelos governadores eleitos de São Paulo (Joao Doria), Rio de Janeiro (Wilson Witzel) e Distrito Federal (Ibaneis). Todos os presentes fizeram uma breve fala para apresentar as demandas de seu estado. Bolsonaro chegou acompanhado pelos indicados para três ministérios em seu governo; Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
“Confio em vocês, e podem confiar em mim. Como irmãos, vamos buscar soluções e, mais do que isso, vamos dar satisfação a esse povo que acredito em mim e acreditou nos senhores”, disse Bolsonaro. Ao falar sobre o seu recuo na intenção inicial de unir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, o presidente eleito ressaltou que é preciso saber reconhecer os erros. “A virtude nossa é reconhecer e retroceder em algum momento”, destacou.
De acordo com Doria, os governadores devem voltar a se reunir em Brasília no dia 12 de dezembro. Para essa próxima reunião, serão convidados o juiz Sergio Moro, indicado para ocupar o Ministério da Justiça, e os presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha; do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro.
MEDIDAS AMARGAS – O presidente eleito defendeu ainda a aprovação de medidas “um pouco amargas” no Congresso. Em um discurso no fim do evento, Bolsonaro disse que a União e os estados vivem momento de dificuldade e que a equipe econômica de seu governo está concluindo propostas de reformas que devem ser apresentadas ao Congresso. Ele não citou especificamente a quais reformas se referia.
“As reformas passam pela Câmara e pelo Senado e nós pedimos neste momento, os senhores têm realmente a perfeita noção do que tem que ser feito. Algumas medidas são um pouco amargas, mas nós não podemos tangenciar com a possibilidade de nos transformarmos naquilo que a Grécia passou, por exemplo”, afirmou Bolsonaro.
Ele lembrou que tem pedido ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a aprovação de medidas do interesse do próximo governo ainda neste ano. Eunício também estava presente no encontro com os governadores.
SOLUÇÕES – “Temos que aprovar reformas, que estão sendo ultimadas pela minha equipe econômica. Já temos pedido aos presidentes da Câmara e do Senado determinadas matérias. Temos de buscar soluções, não apenas econômicas. Se conseguirmos diminuir a temperatura da insegurança no Brasil, a economia começa a fluir”, completou.

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