quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Guedes faz um papel tão deprimente quanto o do ex-assessor Queiroz

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Guedes pode levar Bolsonaro a cometer erros graves
Carlos Newton
Para quem ainda tem convicção de que o Brasil pode se transforma em um dos países mais prósperos, sempre que muda o governo essa esperança renasce. Foi assim no regime militar, a cada troca de guarda a gente achava que as coisas enfim iam se ajeitar. Depois, com Tancredo Neves, José Sarney, Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, cada um deles trazia uma esperança diferente, até que tudo de desvanecesse e as pessoas caíssem na real.
A imensa maioria da população não sabe de nada, é formada pelos chamados “inocentes úteis” (ou “inúteis”, depende do ponto de vista), poucos os que estão cientes do potencial do Brasil e das amarras que impedem seu desenvolvimento.
NOVA ESPERANÇA – Com a chegada de Bolsonaro ao poder, renova-se a esperança, apesar de seus três filhos trapalhões e dos erros cometidos no passado pelo próprio presidente eleito. Como se sabe, o mundo pode acabar daqui a dois mil anos e até lá o caso do cheque da primeira-dama não terá sido convenientemente explicado.
Na véspera de Natal, os sites e portais publicaram as imagens de Bolsonaro lavando as próprias roupas, como se fosse um parlamentar sueco. As fotos foram feitas de longe, ao que parece ele nem sabia que estava sendo flagrado nessa prosaica atividade.
O Brasil precisa ser governado por pessoas simples. Com o passar do tempo, os políticos, magistrados e servidores de alto nível perderam a simplicidade, passaram a se julgar cidadãos de primeira classe, vivendo uma ilusão que não se coaduna com a realidade do país.
UM BOM GOVERNO – Como todo presidente que começa o mandato, Bolsonaro pode fazer um bom governo, mas é uma pena que não esteja totalmente cercado de brasileiros que se interessem pelos principais problemas do país. Infelizmente, deixou os militares em atividades burocráticas e entregou as posições decisórias a figuras do mercado. Foi um erro absurdo. Quem é do mercado não defende os interesses nacionais. Desde o governo FHC, é o mercado que comanda o país, e essa experiência não tem dado certo.
É uma pena que Bolsonaro não entenda de economia. Mas já deveria ter percebido que desde FHC o país é comandado pelo mercado financeiro, altamente deletério, porque nada produz, não gera empregos nem distribui riquezas, opera no Brasil num capitalismo sem risco, nenhum banco vai a falência. Aliás, sempre que isso ameaça acontecer, o governo corre e assume a dívida, como aconteceu no Proer de FHC e no caso do Banco PanAmericano de Lula.
FALTAM AUDITORIAS – A contabilidade oficial do governo é uma caixa preta, cheia de brechas e esconderijos, Dilma Rousseff só foi apanhada porque deu muita bobeira na maquiagem econômica. Bolsonaro (ou qualquer presidente bem-intencionado) deveria promover auditorias da dívida pública e da Previdência.
Nessa fase de transição, Paulo Guedes já demonstrou seu despreparo. Ao anunciar que pretende desonerar os empregadores de pagar o INSS, demonstrou não perceber que a decisão significa extinguir a Previdência Social. Será que Bolsonaro e os militares realmente pretendem inviabilizar a Previdência, ounão os representa?
Acusado de dar um brutal prejuízo aos fundos de pensão, o futuro ministro da Economia fica driblando a força-tarefa da Lava Jato, para não prestar depoimento. Quem pode confiar numa pessoa que age dessa forma?
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P.S. 1 – A meu ver, Paulo Guedes é muito mais perigoso do que o ex-assessor Fabricio Queiroz, que reapareceu para dar uma entrevista-vôlei (a entrevistadora do SBT levantava e ele cortava…), mas o resultado foi patético. Seria melhor ficar sumido, para não atrapalhar a posse da família imperial, digo, presidencial.
P.S. 2 – Bolsonaro precisa estar atento às artimanhas de Guedes. Tem de confiar desconfiando. Se der corda a Guedes, o ministro da Economia vai entregar a gestão aos banqueiros, os verdadeiros príncipes-regentes do Mercado brasileiro.   
P.S. 3 – Os militares que integram o governo não podem se omitir. Precisam orientar Bolsonaro a não se deixar iludir por maus brasileiros que o cercam, especialmente Guedes e o futuro chanceler Ernesto Araújo, que não estão à altura do grau de responsabilidade de seus cargos. (C.N.)

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