quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Beirando a monotonia, defesa de Lula acusa juíza Gabriela Hardt de parcialidade

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Foto da primeira-dama com a frase da juíza está nos autos
José Carlos Werneck
Além de dedicar capítulo à parte para o ex-juiz Sérgio Moro no governo Bolsonaro, os advogados do ex-presidente afirmam nas alegações finais do processo do sítio de Atibaia que juíza foi ‘agressiva’ e anexam foto da primeira-dama Michelle Bolsonaro usando camisa com a frase: ‘Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema’
Além de Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também acusou a juíza federal Gabriela Hardt de parcialidade, em alegações finais na ação penal em que é acusado de supostas propinas envolvendo as obras do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia.
“PERSEGUIÇÃO” – No repetitivo calhamaço de 1643 páginas, o ex-presidente insiste em negar que tenha recebido vantagens indevidas e diz ser vítima de perseguição política.
Um dos capítulos é dedicado somente ao ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, destacando que o magistrado tenha aceitado o convite para integrar o governo Jair Bolsonaro.
Num raciocínio infantil os advogados de Lula não pouparam  acusações à juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro. Os dez advogados que assinam a peça afirmam que ‘não obstante a troca do órgão julgador’, Lula ‘permanece sendo processado de forma parcial e afrontosa a seus direitos e garantias individuais’.
POSTURA INQUISITÓRIA – “É dizer: Trocaram-se os personagens, permanece a postura inquisitória e autoritária em relação ao Defendente, o qual segue sendo tratado e visto como um verdadeiro inimigo, cujas fala e manifestação devem ser, ao máximo, limitadas”, entende a defesa do ex-presidente.
Eles afirmam que “não apenas a conduta da aludida julgadora foi absolutamente agressiva e padecente de razoabilidade com” Lula, “para não dizer incompatível com respeito que é devido à figura do ex-Presidente da República” e, num lance que beira ao ridículo, completam que “alguns dias após o interrogatório, a midiática frase aqui proferida estampava a camiseta da esposa do antagonista político” de Lula , “hoje primeira-dama da República,  em óbvio desdém ao ex-presidente e a todo o Judiciário”, sustentam os advogados.
TERCEIRA DENÚNCIA – O processo envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. A entrega das alegações é a fase final da ação penal. Após estas manifestações dos réus e do Ministério Público Federal, a juíza Gabriela Hardt estará apta, segundo o rito processual, a sentenciar os réus.
Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, além do pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão nas obras de melhorias no sítio, em troca de contratos com a Petrobrás.
A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.
FIM DO GOVERNO – O imóvel foi comprado no final do ano de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos dele, Fernando Bittar, filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar, e o empresário Jonas Suassuna.
Nas alegações finais, os advogados constituídos de Lula indicam supostas nulidades do processo e pedem a absolvição do petista.

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