quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Bolsonaro, a Rede Globo e a remuneração da publicidade oficial e comercial

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Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)
Pedro do Coutto
Reportagem de Igor Gielow, edição de ontem da Folha de São Paulo, revela que o deputado Alexandre Frota está concluindo a redação de projeto com o objetivo de atacar o domínio da Rede Globo na publicidade. Colaboraram na reportagem Gustavo Uribe, Talita Fernandes, Mariana Carneiro e Bernardo Caram, de Brasília. Alexandre Frota afirmou que a Globo participa amplamente do mercado publicitário do país, mas ele não distinguiu entre a publicidade institucional e a comercial no mercado de informação.
Frota diz que vai se reunir com representantes do SBT, Rede TV, Record e possivelmente com dirigentes da Band. A Band, assim, revela ter alguma dúvida quanto a eficiência de um projeto de lei nesse sentido. A meu ver, é muito difícil igualar todas as emissoras na veiculação de mensagens. Isso porque as audiências variam de uma emissora para outra, e, segundo o Ibope, há variações relativas ao poder aquisitivo das camadas da população que assistem TV, praticamente toda a população brasileira.
AUDIÊNCIA – A liderança da Globo é incontestável, inclusive tem que se considerar a audiência da Globonews. Mesmo sem a Globonews, se for levada em conta só a TV aberta, a liderança média permanece. Essa afirmação, de acordo com a matéria da Folha, foi feita por Mario D’Andreia, Diretor da Associação Brasileira de Agências de Publicidade. Ele faz a diferença entre a propaganda oficial e a comercial.
Concordo, a propaganda oficial pode ser dividida em partes iguais. Mas a publicidade comercial tem sua seleção de acordo com os índices de audiência fixados pelo Ibope ao longo das 24 horas do dia.
BÔNUS POR VOLUME – Um outro ponto levantado por Alexandre Frota refere-se ao bônus por volume (BV) e nesse aspecto a Globo leva vantagem na medida em que seu relacionamento com as Agências Publicitárias inclui esse fator. Aliás, nessa questão de publicidade temos de separar duas coisas: uma, a compra do espaço, outra a elaboração e a produção das peças. A comissão das Agências de Publicidade, seja ela qual for, é de 20% sobre a compra do espaço, incluindo o número de intercessões.
Esse o panorama no qual se integra o mercado publicitário. Não pode ser alterado no que se refere ao setor da comercialização das mensagens.
IGUALDADE? – Como disse acima pode haver igualdade quando a publicidade é feita pelo governo. Mas neste caso como seria calculado o preço de cada peça levada ao ar? O governo estaria pagando a mesma coisa à Globo e à RedeTV, por exemplo. Isso faz sentido? Não.
A igualdade estaria baseada numa desigualdade de audiência. Vale a pena lembrar a publicidade feita por Silvio Santos nos jornais da semana passada. Ele destacou que o SBT é a segunda rede de televisão do país. Logo sua emissora compete com a Record. Melhor testemunho não poderia haver quanto a liderança da Rede Globo.

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