sábado, 14 de setembro de 2019

Deputados oferecem R$ 100 mil por informações sobre “mandante” do atentado contra Bolsonaro

 

“Queremos chegar a uma recompensa de R$ 500 mil, diz Trutis
Fábio Zanini
Folha
Dois deputados federais do PSL estão oferecendo recompensas no valor de R$ 100 mil cada por informações que levem ao suposto mandante do atentado cometido há um ano contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O autor do ataque, em Juiz de Fora (MG), é Adélio Bispo de Oliveira, que, segundo a Polícia Federal, agiu sozinho. Mas essa conclusão não convence parte dos apoiadores do presidente.
O primeiro a ter a ideia foi Loester Trutis (MS), que publicou um vídeo nas redes sociais com a oferta do pagamento. “Vamos oferecer uma recompensa de R$ 100 mil para informações que levem à prisão e à condenação do mandante, porque eu acredito que exista uma ajuda externa para o Adelio. Algumas questões não foram esclarecidas”, afirma Trutis no vídeo. A seu lado aparece Ciro Fidélis, apresentado como um empresário de Campo Grande. Dono de lojas na cidade, ele também é assessor do parlamentar na Câmara. O valor da recompensa seria pago pelos dois.
QUESTIONAMENTOS – “Há questões importantes: quem paga o advogado do Adelio, que é extremamente caro? Como ele tinha dinheiro para fazer viagem ao interior e acompanhar os filhos do Bolsonaro? Como ele tinha quatro celulares no seu apartamento, e por quê? Como ele pagava cartão de crédito internacional, se não tinha trabalho?”, questiona Fidélis. Trutis pede que informações sejam fornecidas via WhatsApp, para depois serem encaminhadas por ele à Polícia Federal. O deputado faz ainda um apelo para que familiares, amigos e ex-militantes do PSOL, partido ao qual Adelio pertenceu, deem informações.
No vídeo, o parlamentar usa uma camisa amarela que mandou fazer com os dizeres “Meu Partido é o Brasil”, idêntica à que Bolsonaro vestia no dia do atentado. Só que com uma diferença: um risco vermelho na altura da barriga, simbolizando o local onde a faca perfurou o presidente. Na verdade, o atentado não resultou em sangramento externo, mas nos órgãos internos do então candidato.
COMPROVAÇÃO – Após o vídeo de Trutis, seu colega de bancada Bibo Nunes (RS) tomou a mesma atitude. “Quero informação confiável sobre o caso. Não é chegar qualquer coisa. Se for informação comprovada sobre o atentado, dou R$ 100 mil do meu bolso”, afirmou. Ele diz que confia no trabalho da PF. “Mas também tenho o direito de achar que alguém mandou matar”, declarou Nunes. De acordo com Trutis, empresários têm entrado em contato com ele oferecendo ainda mais dinheiro. “Queremos chegar a uma recompensa de R$ 500 mil, diz ele.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
–  Loester Trutis, eleito deputado federal na “onda Bolsonaro”, diz que uma parte do valor de R$ 100 mil sairá de seu bolso, enquanto a maior parte vai ser repassada por Fidelis,  “empresário” e sócio da loja Casa dos Botões. Como assessor do deputado, Fidelis recebe um pouco mais de R$ 12 mil. O outro deputado, Bibo Nunes, bateu na mesa e disse que também banca do próprio bolso. Ou essa galera está com grana sobrando ou só busca os seus 15 minutos de fama. Fora isso, toda a investigação da Polícia Federal, acatada pela Justiça, indicou que Adélio Bispo, preso desde então em Campo Grande, agiu sozinho. Na Justiça Federal, Adélio foi considerado inimputável, por ser doente psiquiátrico e foi determinada a internação sem prazo para terminar. Oferecem uma bolada por respostas para dúvidas que a PF já esclareceu. Factoide. (Marcelo Copelli)

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