sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Dilma e Marina: consolidado o desfecho final nas urnas

Pedro do Coutto
Os últimos debates e posicionamentos dos candidatos às eleições presidenciais de outubro revelam nitidamente que se consolidou a polarização da disputa entre a presidente Dilma Rousseff e a ex-senadora Marina Silva. Aécio Neves perdeu o embalo na medida em que não foi agressivo nos seus pronunciamentos. Dilma mudou de estratégia e sentido. O avanço de Marina Silva foi focalizado nas pesquisas do Ibope e Datafolha, Dilma passou a dirigir seus ataque à principal adversária que inclusive continua a crescer.
Agora mesmo o Ibope, reportagem de Cássio Bruno e Letícia Fernandes, O Globo de terça-feira três, revela que Marina Silva abriu 16 pontos sobre Dilma Rousseff em São Paulo, alcançando 39% das intenções de voto. Dilma permaneceu com 23 pontos e Aécio Neves desceu dos 19 para o décimo-sétimo degrau . A tendência de subida de Marina Silva, contra a qual se volta Dilma Rousseff, pode ser bem analisada se verificarmos que no Rio de Janeiro, onde Dilma liderava, a ex-senadora passou a liderar com a margem de seis pontos: 38 a 32. Portanto, a arrancada de Marina Silva continua, como mostram os resultados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A importância destes dois colégios é essencial, pois são respectivamente o primeiro e o terceiro redutos dos votos nacionais. O segundo colégio é Minas Gerais. Os três estados atingem praticamente a metade de todo o eleitorado brasileiro.
NO SEGUNDO TURNO…
O embate decisivo será no segundo turno, marcado para 26 de outubro. E a partir de agora os debates vão se concentrar cada vez mais entre Dilma e Marina, como ficou comprovado também na edição do horário eleitoral gratuito da última terça-feira. Está nítido no panorama o cotejo que assinalamos entre as duas candidatas, o que levará a escolher entre uma e outra, com o quadro não dando margem a uma outra opção.
Um fenômeno que também se observa é a redução dos eleitores que tendiam a anular o voto ou votar em branco, mas que resolveram mudar de posição. Essa mudança foi no sentido de Marina Silva, já que à medida em que ela sobe, os eleitores desestimulados descem na escala.
Para o confronto final as duas candidatas, vamos chamar assim, terão que se voltar cada vez mais para o plano concreto das ideias, que é o meio mais eficaz de atingir e emocionar o eleitorado. A posição mais sensível é da presidente Dilma Rousseff, cuja atuação visa conter a arrancada de Marina Silva e recuperar o espaço e o tempo perdido, na maratona eleitoral. Seu alvo não era Aécio Neves e sim a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, que deixou o cargo no início do segundo mandato do ex-presidente.



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