Pedro do Coutto
Os últimos debates e posicionamentos dos
candidatos às eleições presidenciais de outubro revelam nitidamente que
se consolidou a polarização da disputa entre a presidente Dilma Rousseff
e a ex-senadora Marina Silva. Aécio Neves perdeu o embalo na medida em
que não foi agressivo nos seus pronunciamentos. Dilma mudou de
estratégia e sentido. O avanço de Marina Silva foi focalizado nas
pesquisas do Ibope e Datafolha, Dilma passou a dirigir seus ataque à
principal adversária que inclusive continua a crescer.
Agora mesmo o Ibope, reportagem de Cássio
Bruno e Letícia Fernandes, O Globo de terça-feira três, revela que
Marina Silva abriu 16 pontos sobre Dilma Rousseff em São Paulo,
alcançando 39% das intenções de voto. Dilma permaneceu com 23 pontos e
Aécio Neves desceu dos 19 para o décimo-sétimo degrau . A tendência de
subida de Marina Silva, contra a qual se volta Dilma Rousseff, pode ser
bem analisada se verificarmos que no Rio de Janeiro, onde Dilma
liderava, a ex-senadora passou a liderar com a margem de seis pontos: 38
a 32. Portanto, a arrancada de Marina Silva continua, como mostram os
resultados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A importância destes dois colégios é
essencial, pois são respectivamente o primeiro e o terceiro redutos dos
votos nacionais. O segundo colégio é Minas Gerais. Os três estados
atingem praticamente a metade de todo o eleitorado brasileiro.
NO SEGUNDO TURNO…
O embate decisivo será no segundo turno,
marcado para 26 de outubro. E a partir de agora os debates vão se
concentrar cada vez mais entre Dilma e Marina, como ficou comprovado
também na edição do horário eleitoral gratuito da última terça-feira.
Está nítido no panorama o cotejo que assinalamos entre as duas
candidatas, o que levará a escolher entre uma e outra, com o quadro não
dando margem a uma outra opção.
Um fenômeno que também se observa é a
redução dos eleitores que tendiam a anular o voto ou votar em branco,
mas que resolveram mudar de posição. Essa mudança foi no sentido de
Marina Silva, já que à medida em que ela sobe, os eleitores
desestimulados descem na escala.
Para o confronto final as duas candidatas,
vamos chamar assim, terão que se voltar cada vez mais para o plano
concreto das ideias, que é o meio mais eficaz de atingir e emocionar o
eleitorado. A posição mais sensível é da presidente Dilma Rousseff, cuja
atuação visa conter a arrancada de Marina Silva e recuperar o espaço e o
tempo perdido, na maratona eleitoral. Seu alvo não era Aécio Neves e
sim a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, que deixou o cargo
no início do segundo mandato do ex-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário