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Por Wanderley Preite Sobrinho – iG São Paulo
Comparada no programa eleitoral gratuito do PT aos presidentes que não terminaram o mandato – Fernando Collor de Mello e Jânio Quadros –, a candidata do PSB à presidência, Marina Silva, argumentou nesta terça-feira (2) ter mais experiência em política que Dilma Rousseff.
Em sabatina no jornal “O Estado de S Paulo”, a candidata também admitiu que pretende conversar com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva se vencer as eleições deste ano. De acordo com ela, sua “nova política” significa abandonar o apoio de figuras “da velha República”, como Jose Sarney (PMDB/AP), Collor (PTB/AL), Paulo Maluf (PP/SP) e Renan Calheiros (PMDB/AL).
Deixada para o final do evento, a questão sobre a comparação com Jânio e Collor constrangeu Marina, que fez uma pausa, olhou para o teto do auditório e ouviu de correligionários da plateia que não respondesse. Mesmo assim, decidiu devolver a provocação à petista sem citar seu nome: “Comecei como vereadora, deputada. Fui senadora por 16 anos, fui ministra do Meio Ambiente. Imagina se eu dissesse que alguém que nunca foi eleita nem para vereadora poderia se parecer Collor de Mello?”
A resposta arrancou aplausos dos apoiadores, assim como quando ela respondeu sobre a contrariedade de convidar os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva para seu governo embora tente vencer petistas e tucanos na campanha. “Conversar com Fernando Henrique e Lula é melhor do que ter de conversar com Antônio Carlos Magalhães, ou José Sarney, Collor, Maluf e Renan Calheiros.”
Marina disse que essa decisão é um “passo a frente” em relação às alianças de petistas e tucanos, que teriam ficado refém do PMDB e PFL (hoje DEM), respectivamente. “A velha República tem de ser aposentada e a nova tem de ser chamada à responsabilidade.”
A candidata se esquivou quando questionada sobre as semelhanças de seu programa de governo para a economia e as propostas do PSDB. Ela preferiu dizer que apoia os avanços econômicos da era FHC e os sociais sob Lula.
“Eu e Eduardo Campos sempre dissemos é que não devemos funalisar conquistas”, disse Marina, citando o ex-governador de Pernambuco, que antecedeu Marina como nome do PSB à Presidência até sua morte num acidente aéreo em 13 de agosto.
Errata LGBT
Sobre a crise de credibilidade causada pela alteração de seu programa de governo para retirar a promessa de criminalizar a homofobia e de aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Marina voltou a alfinetar Dilma. A petista, argumentou, recolheu seu programa inteiro em 2010 depois de rubricar cada uma das páginas. Havia incentivo para ocupações de terra e aborto”, disse Marina.
Apesar de o PSB ter atribuído a mudança no programa a uma falha de revisão, Marina diz ter lido o documento.
“Eduardo e eu revisamos página a página.”