Jovem torturada em Praia Grande por ciúme nega traição e relata ameaças
G1 conversou com exclusividade com garota agredida em Praia Grande.
Jovem foi torturada e agressora divulgou o vídeo pelas redes sociais.
Segundo a delegada Rosemar Cardoso, há três agressoras já que outras duas mulheres ajudaram na ação. “Houve o sequestro, o cárcere na casa e a tortura. Era a casa onde ela [agressora] morava com ele”, afirmou a delegada. O crime por tortura tem pena de dois a oito anos e pode aumentar de um sexto até um terço, caso o crime seja cometido contra uma adolescente e mediante sequestro. Além disso, é inafiançável. “A investigação vai continuar para encontrar todas as agressoras”, conclui a delegada.
cabeça (Foto: Guilherme Lucio/G1)
O relato da vítima
A jovem relata que conheceu o rapaz em uma casa noturna. Eles começaram a sair juntos e namoraram durante um ano. Após o término do namoro, em maio, a vítima diz que apenas conversava com o ex por telefone. “Ele começou a ficar com ela. Passou uma semana e ele já foi morar com a garota. Aí passou um mês, ele começou a me ligar, a me procurar. Ela descobriu, começou a me xingar no Facebook, falar que eu era 'talarica', que ela ia me pegar, que eu era safada”, lembra.
Me fez passar pano na casa dela, me deu chute na cara. Ela me queimou com cigarro"
Vítima de agressão
De acordo com a vítima, a agressora bateu em sua cabeça com uma panela de pressão e um capacete. “Ela fez eu tirar a minha roupa. Jogou vinagre e sal nas minhas partes íntimas. Me fez passar pano na casa dela, me deu chute na cara. Jogou a minha cara na parede, me jogou no chão. Ela me queimou com cigarro”, relata. A jovem acrescenta que agressora pedia para que ela confessasse a traição e a xingava de "safada e vagabunda", além de ameaçar ela e sua família. “Foi péssimo. Eu nem sei o que eu senti. Me senti sem vida”, diz.
Uma das jovens que estava na casa gravou toda a ação. O vídeo foi postado em uma rede social e o caso repercutiu na internet. Com a propagação do vídeo, a vítima sentiu as consequências na própria rotina. “Não consigo mais trabalhar. Os outros ficam me olhando na rua como se eu tivesse ficado com o marido dela, como se eu fosse a talarica, como ela diz. Tudo o que ela falou lá é exatamente o que eu não sou. Eu não sou nada disso”, afirma.
Ela já tinha postado [na internet] que ia pegar a minha filha e que ia postar um vídeo"
Rosemeire Aparecida de Souza, mãe da vítima
A menina precisou ser internada por causa dos ferimentos na cabeça e das marcas, espalhadas, principalmente, pelo rosto e braços. Rosemeire afirma que a filha já estava sendo perseguida pela agressora antes do episódio. “Ela já tinha postado [na internet] que ia pegar a minha filha e que ia postar um vídeo”, falou. Ela, assim como a filha, não conhecia a torturadora, apenas o ex-namorado. Para ela, o garoto ainda tinha sentimentos pela filha dela e esse foi o motivo da revolta da agressora.
Agressão veio à tona
O vídeo que mostra a jovem torturando a menor de idade foi publicado em uma rede social, na última segunda-feira (29), por amigos da agressora. Antes de ser removido por violar os termos de uso do Facebook, a postagem acumulou, em menos de cinco horas, mais de 50 mil compartilhamentos.
Na gravação, que tem pouco mais de um minuto, a vítima já aparece com vários ferimentos no rosto. Durante a gravação, a agressora chega a apagar, em duas oportunidades, um cigarro no rosto da menor, que é obrigada a confessar que teria saído com o marido dela enquanto leva vários socos e tapas. O vídeo contém imagens fortes.
(*) Colaborou Guilherme Lucio
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