Aguirre Talento
O Globo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter identificado os nomes dos responsáveis pela organização de atos antidemocráticos e ataques à corte. Agora, a PGR vai analisar os dados das quebras de sigilo bancário e fiscal para buscar identificar os financiadores desses atos.
A manifestação sigilosa, enviada nesta semana ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, tinha o objetivo de informar o ministro sobre os próximos passos da investigação. Moraes prorrogou o inquérito dos atos antidemocráticos por mais 90 dias na sexta-feira passada. Os nomes desses alvos identificados pela PGR são mantidos sob sigilo.
SIGILO BANCÁRIO – O vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros pediu autorização a Moraes para que seja compartilhado o sigilo bancário de alvos suspeitos, que já havia sido quebrado em um outro inquérito. Isso vai permitir o aprofundamento para descobrir os financiadores dos atos. O ministro está analisando o assunto.
A Polícia Federal havia concluído no fim do ano as diligências solicitadas inicialmente pela PGR, mas não chegou a apontar a ocorrência de crimes envolvendo os atos antidemocráticos. A PGR então analisou as provas colhidas na investigação e identificou os responsáveis por manifestações antidemocráticas realizadas em abril e maio do ano passado.
A investigação descobriu, por exemplo, os responsáveis por contratarem carros de som utilizados nos atos, dentre outros detalhes da organização dos eventos.
ATAQUE AO SUPREMO – A investigação detectou que os mesmos organizadores dos atos também foram responsáveis por um ataque com fogos de artifício contra o STF, realizado em junho do ano passado.
O inquérito dos atos antidemocráticos foi aberto em abril do ano passado a pedido da PGR após a realização de diversas manifestações marcados por pedidos de fechamento do Congresso Nacional e do STF, além de ataques à Constituição. A PGR apura a ocorrência de crimes contra a Lei da Segurança Nacional e outros delitos.
A suspeita da investigação é de uma ação orquestrada envolvendo políticos, influenciadores digitais e empresários para impulsionar esses atos. Dentre os investigados estão parlamentares bolsonaristas, que até foram alvos de quebras de sigilo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Adendo necessário – a investigação chegou a identificar a participação do chamado “gabinete do ódio”, que funciona no terceiro andar do Planalto. (C.N.)
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