"São muitas emoções” vividas ao longo de 80 anos do ícone da música brasileira, Roberto Carlos. Desta vez, o “rei” não vai para sua varanda acenar para os fãs, como de costume nesta data do seu aniversário. Hoje, as comemorações pelos seus 80 anos serão em isolamento, devido à pandemia, por isso ele pede também que ninguém apareça na porta do seu apartamento para evitar as aglomerações. Mas, do lado de fora, sem dúvida, o coração dos fãs é aquecido por lembranças emocionantes, que marcaram vidas e gerações.
“As músicas de Roberto marcaram a minha adolescência, meus 16, 17 anos, época de namoro. Foram vários romances que ficaram pelo caminho”, recorda José Carlos Marinho, de 60 anos, servidor público. Nesse tempo, a canção que mais embalou os relacionamentos dele foi “Amada Amante”, composição de Roberto e Erasmo Carlos, de 1971.
Além das canções românticas, José lembra que “Amigo”, também feita com Erasmo, em 1977, foi dedicada a ele por um amigo de infância. “Era como um símbolo de amizade”, reforça. Outras tantas músicas de Roberto eram trilha sonora das viagens que o servidor público fazia do interior do Amapá para a capital Macapá.
“A ida era sempre de pau de arara, dentro do caminhão. A rodovia não era asfaltada, mas naquele sacode do veículo, a gente curtia as músicas. Aquelas canções, todas, marcavam muito”, recorda. “Tenho playlists dele e geralmente são essas as músicas que ponho para tocar. Inclusive meus filhos adultos já entraram nesse gosto musical também, principalmente os dois mais velhos, Bruno e Gabi”, acrescenta José.
CENA VIVA
Lucimar Amaral, de 69 anos, doméstica, tem uma cena muito viva em sua memória: o dia em que viu Roberto de pertinho, pegou uma pulseira dele e devolveu. “Fui a um show dele no estádio do Remo. Meu pai costumava me levar em todos os shows do Roberto. Acho que tinha uns 14 anos. Na hora que ele terminou o show, saiu com os guardas e as fãs saíram correndo no meio. Uma das meninas foi na pulseira grossa do braço dele, que caiu. Peguei e devolvi para um dos seguranças. Foi a maior confusão, me lembro como se fosse ontem. Fiquei pertinho dele, cara a cara. Muita emoção”, detalha Lucimar.
Ela foi a outros tantos shows de Roberto em Belém, sempre acompanhada das cinco irmãs. “Todas nós gostamos muito dele, mas eu sou a maior fã. Costumava comprar pôster dele na banca de revista. Montei um enorme que ficava na sala da casa minha mãe. Até hoje tenho uma foto que ele jogou e eu peguei em um dos shows. Ele está com uma rosa na mão. Está no porta-retrato na minha sala”, comenta.
A aposentada Raimunda Macena, de 85 anos, também fala com carinho do seu grande ídolo. Ela acompanha o trabalho do “rei” desde o lançamento dos primeiros discos, inclusive não perde nenhuma das apresentações do cantor em Belém.
“Tenho grande carinho por ele, muitas lembranças boas quando escuto as músicas. Já o vi um bocado. E como eu gosto muito de música, às vezes vou para a cozinha e coloco o sonzinho quando estou fazendo alguma coisa. Ouço o CD todinho”, conta, sorrindo.
Os últimos lançamentos do compositor foram comprados por uma neta de Raimunda, que ela também influenciou a gostar do cantor. “Gosto de todas as músicas, mas algumas marcaram a minha vida, como ‘Amor Sem Limite’, que ele fez para a mulher dele, Maria Rita”, destaca.
Para o engenheiro Raimundo Matta, de 68 anos, Roberto Carlos representou, para a geração dele um realizador, ao fazer sucesso na rádio, entrar para a televisão, cinema e se projetar internacionalmente. Ele lembra que, aos 13 anos, em Brasília, assistiu, no cinema, ao filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”. “Cantei junto com a plateia todas as músicas do filme e tinha uma fantástica, ‘Nossa Canção’. A descrição do amor nessa música era algo apaixonante e fez história na minha vida”, revela.
Segundo Matta, a influência musical veio de berço, já que o pai era colecionador de LPs de Roberto. Além disso, os episódios de sua juventude estão ligados aos cabelões do cantor e às calças ‘boca de sino’, bem estilo do “rei”. “Roberto influenciou uma geração também a romper barreiras. Lembro bem de assistir com meus colegas o programa na televisão nas tardes de sábado ou domingo. Roberto apresentava aquela patota de cantores da época que traziam mensagens significativas para nós. Roberto é um grande romântico mesmo”, opina.
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