Wellington, Rafael e Lula

No Piauí, a campanha eleitoral extemporânea começou bem cedo, com o descarado uso da máquina pública em favor do secretário estadual da Fazenda, senhor Rafael Fonteles, que foi ungido pelo governador Wellington Dias (PT) como candidato à sua sucessão em 2022.

O secretário nega que seja o candidato do governo e, imaginando que o povo é tolo e nada percebe, sempre que indagado sobre o assunto usa da surrada desculpa de que política só se trata em ano eleitoral.

Mas, essa desculpa, nada original, é desmentida pela romaria diária de prefeitos, vereadores e outros chefetes políticos do interior ao Palácio de Karnak.

Rafael Fonteles trocou a sua sala na Secretaria de Fazenda por uma sala de despachos no Palácio do Governo, onde mantém contatos com lideranças políticas e negocia apoio eleitoral em troca de obras.

Ou alguém em sã consciência acredita na lorota de que assunto político só se trata em ano eleitoral, que o momento agora é de se trabalhar pelo desenvolvimento do Estado?

O governador Wellington Dias criou o programa Pró-Piauí, em ano pré-eleitoral e o colocou sob a coordenação de seu candidato para cooptar lideranças municipais através da execução de obras nitidamente eleitoreiras, não há como duvidar disso.

O seu governo faz tudo com o apoio da mídia que fecha os olhos para os acordos espúrios costurados por Sua Excelência e seu candidato e dá ampla cobertura à campanha eleitoral extemporânea, sem nada questionar, ante a completa omissão da Justiça Eleitoral que parece realmente cega e nada vê de anormal nessa movimentação do governo petista.

Enquanto isso, o estado parado, estagnado, sem obras ou serviços dignos de nota e sem recursos para investimentos, com a segurança e a saúde pública em situação falimentar, a rede estadual de Educação em péssimo estado e com professores desmotivados

Entre as poucas obras do atual governo está a duplicação e pavimentação da BR-316, saída sul de Teresina, e da BR-343, saída norte, que foram iniciadas ainda no Governo Wilson Martins, com recursos oriundos de empréstimos. Um parto laborioso, ainda inconcluso.

O Anel Viário, este já concluído, também foi iniciado no Governo Wilson Martins, com dinheiro de empréstimos, mas o governo Wellington Dias festeja como uma de suas grandes obras.

A malha rodoviária estadual está em péssimo estado de conservação, quase intrafegável em razão da buraqueira, em que pese os vultosos empréstimos contraídos pelo governo petista, para recuperá-la.

Um engenheiro, que pediu reserva de seu nome, explicou as razões pelas quais as estradas feitas pelo governo do PT ganham o epíteto de estradas sonrisal.

Diz o engenheiro que são estradas feitas sem uma base, sub-base, imprimação e revestimento de qualidade, destacando que é isso que determina a durabilidade de uma estrada. “Por isso é que as estradas do Piauí são chamadas de sonrisal, duram pouco”.

Mas, há outras explicações para o insucesso de Sua Excelência na execução de obras, entre as quais a falta de competência e os costumeiros desvios de recursos de que são exemplos as obras do Porto de Luiz Correia e do Centro de Convenções Dirceu Arcoverde, há mais de 10 anos sem conclusão. Exemplos de como se torrar o dinheiro público impunemente.

Diante de tudo isso, custa crer que o governo petista tenha um bom desempenho eleitoral nas urnas em 2022. Pelo fracasso que representa e pelo fortalecimento da oposição que pode reunir num mesmo palanque nomes como Sílvio Mendes, Ciro Nogueira e João Vicente Claudino.(José Olimpio )