Gerson Camarotti
G1 Política
Integrantes da cúpula do Ministério Público Federal avaliam que a posição da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber em relação ao pedido para investigar o presidente Jair Bolsonaro causou uma saia-justa para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na quinta-feira, Rosa Weber determinou que a PGR se manifestasse novamente sobre o pedido de três senadores para que Bolsonaro seja investigado por prevaricação (agir ou se omitir em benefício próprio, na administração pública) no caso das negociações da vacina Covaxin.
ARAS SE OMITIU – Nas palavras de um subprocurador da República ouvido pelo Blog, não há impedimento para a PGR abrir uma apuração antes da conclusão dos trabalhos da CPI da Covid. A iniciativa, diz ele, deveria ter sido tomada pelo próprio procurador-geral, Augusto Aras.
Nesse momento, a recondução de Aras na PGR é considerada certa no Palácio do Planalto. Mas ele também é visto como uma espécie de “plano B” para a vaga no STF do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposenta no próximo dia 12.
ARAS TENTOU RETARDAR – Na última terça-feira (29), a PGR pediu à ministra para aguardar as conclusões da investigação da CPI da Covid sobre a compra da vacina Covaxin antes de decidir sobre a notícia-crime contra Bolsonaro. O blog apurou na ocasião que essa posição foi recebida com alívio no núcleo palaciano.
“Não há explicação para essa decisão em cima do muro da PGR sobre um fato como este. A posição do STF causou um saia-justa para toda a instituição, pois evidenciou toda essa situação de tentar empurrar com a barriga o início de uma investigação”, disse ao Blog esse subprocurador.
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