Alvo principal dos ataques da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT), a presidenciável do PSB, Marina Silva, deu sequência nesta quinta-feira ao fogo cruzado com a rival. Em referência ao megaescândalo de corrupção na Petrobras - detalhado à Polícia Federal por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal -, afirmou: "Os partidos perderam o vínculo com a sociedade. Não consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras. É isso que estão reivindicando? Que eu faça do mesmo jeito? Espero que pessoas virtuosas possam renovar seus partidos para que voltem a se interessar pelo que de fato são as demandas das pessoas. Hoje criamos uma anomalia no Brasil que é a classe politica". Marina participou nesta quinta de sabatina promovida pelo jornal O Globo. A declaração se deu quando ela foi questionada sobre como governar com as "melhores pessoas", sem negociar com partidos.
A presidenciável afirmou que os ataques petistas e as insinuações de que pretende desacelerar os investimentos na exploração de petróleo da camada de pré-sal, um tema caro ao Estado do Rio de Janeiro, são uma "cortina de fumaça" para encobrir a revelação dos desmandos na Petrobras. "Vamos explorar recursos do pré-sal e utilizar o dinheiro para investir de fato em saúde e educação. É preciso entender que o que está ameaçando o pré-sal é exatamente o que está sendo feito com a Petrobras. Existe uma cortina de fumaça lançada para desviar o debate. O Brasil tem de entender que a exploração de riquezas naturais é uma safra que só dá uma vez e que precisa ser bem utilizada e não drenada pela corrupção, como a gente vê dentro da Petrobras", afirmou.
Imagem: Pilar Olivares/ReutersMarina Silva
Marina voltou a se dizer vítima de boatos espalhados pelo PT e PSDB. "É
um batalhão de Golias contra David, em artilharia pesada de dois
partidos que se uniram temporariamente para fazer artilharia pesada.
Cada um espalhando boatos", afirmou.A presidenciável respondeu genericamente a diversas perguntas, especialmente ao questionamento sobre a verdadeira história da contratação e propriedade da aeronave que caiu no mês passado, matando o então cabeça de chapa Eduardo Campos. A Polícia Federal investiga possível crime eleitoral no uso do jato e apura quem era o verdadeiro dono da aeronave. Há suspeitas de que a aquisição tenha sido feita por intermédio de laranjas. "Não temos como esclarecer o que é responsabilidade dos empresários. Eduardo buscou o serviço, fez pagamento na forma legal e as investigações estão sendo feitas", afirmou.
Ela também defendeu Campos contra a acusação, feita pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, de que ele estaria envolvido no balcão de negócios instalado na Petrobras. "Doa a quem doer. Nós queremos a verdade, porque a simples citação não é suficiente. Vi Eduardo ligando para o secretário do seu partido, pedindo para senadores assinarem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Sou testemunha disso. Ele queria CPI (para investigar a Petrobras)", afirmou.
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