Carlos Chagas
Como
estava previsto para o último mês de campanha, está aberta a temporada
das baixarias. Dilma compara Marina a Jânio Quadros e a Fernando Collor.
Aécio acusa Marina de plagiar o Plano de Direitos Humanos de Fernando
Henrique. Marina reage, lembrando que Dilma jamais disputou uma eleição,
excetuada a que a levou ao palácio do Planalto.
O
problema é que os três grandes candidatos, sem esquecer os oito
pequenos, afastam-se cada vez mais do que seria fundamental para a
decisão do eleitorado. Porque o vazio permanece quando se indaga de
todos quais as medidas que adotarão para garantir segurança ao cidadão
comum, levar todas as crianças para a escola, acabar com as filas nos
hospitais, recuperar ferrovias, rodovias e portos – e quanta coisa a
mais? Não vale ficar nas generalidades onde eles se encontram, ou seja, é
pouco dizer que vão investir na segurança, na educação, na saúde e na
infraestrutura. É preciso anunciar como, apontar de onde virão os
recursos.
Jânio
Quadros elegeu-se vereador, deputado estadual, prefeito, governador,
deputado federal e presidente da República. Renunciou porque era meio
doido e porque pretendeu dar o golpe, tornando-se ditador. Fernando
Collor também cumpriu etapas eleitorais, abandonando o governo para não
ser cassado pelo Congresso. Marina jamais deu sinais de querer
sobrepor-se ao regime democrático, assim como não há, a seu lado, nenhum
PC Farias. Se for para comparar programas e lições, todos os candidatos
a postos eletivos copiam a Bíblia e a Constituição. Será plágio?
Pelo
jeito, Marina começa a cair na armadilha, pois não deixa passar as
referências de seus adversários. Replica, ensejando as tréplicas e as
seguintes. Deixa de atentar para o fato de que quando lançada candidata,
após a tragédia que levou Eduardo Campos, não havia divulgado plano
algum, ganhando o favoritismo pela sua imagem e seu passado. Se agora
não resiste e entra na arena preparada pelos outros candidatos para
enfraquecê-la, perde tempo e oportunidade de crescer ainda mais nas
preferências populares.
SÓ O DEVER DE CASA NÃO BASTA
O Lula
vem acompanhando Dilma em sua campanha pela reeleição, participando de
comícios e carretas. Aparece com frequência na televisão, nos programas
de propaganda eleitoral gratuita, mas para virar o jogo, não basta. Os
números continuam confirmando e aumentando a vitória de Marina. Nos
conciliábulos do PT prevalece o raciocínio de que o ex-presidente
necessita produzir algum fato espetacular. O diabo é imaginar qual…
( Carlos Chagas/Tribuna da Internet )
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