sexta-feira, 3 de maio de 2019

País aguentará pagar os juros de 6,5% sobre a dívida de 5,4 trilhões de reais?

 

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Charge do Paixão, Gazeta do Povo
Pedro do Coutto
A dívida bruta brasileira, reportagem de Isabel Versiani e Alex Ribeiro, atingiu um novo recorde, subindo para 5,4 trilhões de reais equivalendo a 78% do Produto Interno Bruto. Portanto, requer o desembolso de mais de 300 bilhões de reais somente para rolar o endividamento. Isso porque, sobre o montante da dívida, recaem 6,5% de juros, uma vez que este é o valor da Taxa Selic.
Esse resultado alarmante, com base no mês de março, paradoxalmente não acarreta nenhuma reação por parte da equipe econômica do Ministro Paulo Guedes. A preocupação concentra-se hoje na reforma da Previdência Social quando o esforço para cobrir os juros da dívida é numericamente muito maior do que o déficit do INSS.
DIZ O BANCO CENTRAL – Os números são do Banco Central e neles se baseou a reportagem publicada na edição de ontem do Valor. Na quarta-feira, também O Estado de São Paulo abordara o endividamento e suas consequências. Mas a matéria publicada pelo Valor foi mais ampla. O chefe do Departamento de Estatística do Banco Central, Fernando Rocha, acredita que a tendência da dívida continuará sendo alta, consequência do déficit primário registrado entre despesas e receitas.
Tal panorama leva o Ministério da Economia a entregar maior volume de Notas do Tesouro Nacional para cumprir o desembolso em juros. Trata-se, assim, de uma capitalização negativa para o Brasil. Entretanto, digo eu, ótima para os grandes bancos que acumulam em suas carteiras maiores volumes de Notas do Tesouro Nacional, pois é esse o caminho para manter o estoque da dívida lastreado pela SELIC, na base de 6,5% ao ano.
SALÁRIO ESTAGNADO – De outro lado, agravando a situação econômica e financeira do país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, a massa salarial do país terá alta modesta em 2019. Os indicativos encontram-se nas previsões de receita do FGTS e do PIS PASEP. A matéria também saiu no Valor, assinada por Bruno Vilas Boas. O fenômeno continua na medida em que a taxa de desemprego não dá sinais de recuperação. E sem emprego não pode haver consumo, causando, portanto, um freio na receita dos impostos.
A massa salarial é o mais forte alicerce para sustentar a etapa de consumo e produção, porque ninguém pode produzir para estocar. E para o país crescer é preciso aumentar o consumo.

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