sábado, 3 de julho de 2021

Alvo da CPI, empresário da Covaxin tem vida de luxo e mantém relação próxima a políticos

 

 

Preicsa Medicamentos

A empresa está sediada nesse superprédio comercial

Bruno Ribeiro
Estadão

No centro das suspeitas de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, o empresário Francisco Maximiano, de 48 anos, dono da Precisa Medicamentos, costuma levar uma vida de luxo. Voos de helicóptero, passeios de lanchas e fins de semana em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, fazem parte de sua rotina.

Com depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid marcado para esta quinta-feira, 1º, o empresário também acumula série de ações, que envolvem desde a compra de um barco, o aluguel de uma cobertura até desvios de recursos públicos do Ministério da Saúde.

EM ALPHAVILLE – Sua empresa ocupa o último andar de um prédio de escritórios em Alphaville, na Grande São Paulo, e ali ele é conhecido por andar em carros blindados e com seguranças.

Em Angra, Max, como é conhecido, sua família e alguns amigos frequentam um condomínio na região do Frade, área conhecida pela aglomeração de lanchas e barcos de luxo. O percurso de São Paulo até lá geralmente é feito com um helicóptero alugado.

A cidade é objeto de atenção especial da família do presidente Jair Bolsonaro, que pretende construir no local uma “Cancún brasileira” – o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) já admitiu conhecer Max, por meio de “amigos em comum” de Brasília.

LANCHA LUXUOSA – Ainda na cidade do litoral fluminense, Max era adepto de passeios de barcos e, em 2017, comprou uma lancha Tec Craft de dois motores, com 24 metros de comprimento, por R$ 10 milhões (em valores da época). Pouco tempo depois, transferiu a embarcação para uma de suas 12 empresas, a 6M Participações. No ano seguinte, foi alvo de uma cobrança judicial por falta de pagamento, que terminou extinta.

Um dos sócios de Max na 6M Participações é o também empresário do setor farmacêutico Danilo Berndt Trento, que costuma acompanhá-lo nos passeios a Angra e outros destinos turísticos, como Trancoso, no litoral baiano.

Em uma das viagens à Bahia, desta vez de jatinho, o empresário incluiu pedidos para serem servidos gim de marcas inglesas, licores italianos e garrafas de vinho branco e rosé. O voo regado a drinks, feito em 2018, resultou em processo judicial por não pagamento a uma empresa de táxi aéreo.

MAIS UMA AÇÃO – Em São Paulo, Max e o sócio chegaram a alugar uma cobertura no Campo Belo, na zona sul, de 190 metros. A parceria também foi alvo de uma ação judicial por falta de pagamento. A ação foi suspensa em abril deste ano.

Nas 12 empresas em que é sócio, Max tem parcerias com sua mulher, com dois de seus quatro filhos, seu cunhado, Trento e com Danilo Fiorini Filho – que se reuniu com Max e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, em outubro do ano passado, em uma reunião intermediada pelo “amigo em comum” Flávio Bolsonaro.

Além da relação com Flávio, a proximidade de Max com políticos é conhecida em Brasília. O dono da Precisa é amigo do empresário Ogari Pacheco, dono da indústria farmacêutica Cristália, uma das mais importantes do País. Pacheco é o suplente do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Esse Maximiano é daquele tipo que a Polícia pode ir prendendo sem saber o motivo e ele nem protesta, porque sabe que há muitos motivos para ser preso. Aliás, não é por mera coincidência que ele evite prestar depoimento. (C.N.)

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