Alberto Bombig, Camila Turtelli e Matheus Lara
Estadão
Em conversa com empresários do grupo Personalidades em Foco nesta segunda-feira, dia 27, Sérgio Moro (Podemos) disse que, se eleito presidente, não será “um anjo vingador” contra políticos, mas falou em “movimento de anulação de condenações que gera descrédito, ruim para as instituições”.
Nesse último ponto, o ex-juiz respondia a questionamentos sobre o STF. “Compartilho dessa crítica, com a ressalva de que sou institucional. O remédio para isso são mudanças e reformas que melhorem nossas instituições. O mero ataque e o desrespeito não é algo que constrói. É preciso pensar em reformas institucionais no STF. Transformá-lo num tribunal constitucional e pensar em mandato para os ministros.”
TUDO VAI AO STF – “Há hoje uma excessiva verticalização, tudo pode chegar ao Supremo. Precisamos resolver as coisas em primeira e segunda instâncias”, disse.
Moro afirmou apostar na articulação política feita ainda na pré-campanha como caminho para aprovar reformas e medidas imediatas: fim da reeleição e do foro privilegiado logo no início de um eventual mandato. “A dificuldade é fazer a demanda por reformas essenciais vencer os interesses setoriais e corporativos.”
O pré-candidato foi questionado sobre como conquistar apoio prévio da classe política equilibrando seu discurso anticorrupção, tido como “ameaçador” à categoria. “Não vou ser um anjo vingador. O que queremos é fortalecer nossas instituições. Quando fui ministro, conversei muito, mas fui sabotado. Há espaço para discussões.”
LÍNGUA DO POVO – Moro tomou um “puxão de orelha” durante a conversa por não estar falando “na língua do povo” durante a pré-campanha, como Lula (PT), na avaliação Do executivo e empresário Paulo Zottolo.
Moro concordou e afirmou que o caminho será aplicar temas burocráticos à realidade prática. “A reforma administrativa tem sido focada na redução de custos. Mas se for pensar o que queremos de um governo: escolas de menor custo ou de qualidade?”
Moro citou mais de uma vez o presidente francês Emmanuel Macron e seu movimento “En Marche”, sinalizando inspiração de como tem construído sua candidatura: “Na França, o movimento perguntava à sociedade qual França o povo queria É preciso dialogar. Macron rompeu a polarização histórica no País.”
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