Carlos Newton
A presidente Dilma Rousseff merece aplausos, por ter aproveitado a
comemoração do Dia do Trabalho para cobrar dos bancos privados, em
cadeia nacional de rádio e televisão, a redução mais contundente das
taxas de juros.
A presidente afirmou que não há como justificar os patamares praticados,
salientando que o setor financeiro “não tem como explicar essa lógica
perversa aos brasileiros”.
“É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros
mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do
mundo. Esses valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não
justifica isso”, disse a presidente.
Dilma lembrou que o Banco Central tem reduzido nos últimos meses a
taxa básica de juros, a Selic, e que isso também precisa se traduzir
para o consumidor, com a diminuição de taxas para empréstimos, cartões
de crédito, cheque especial e crédito consignado.
Ela afirmou que é “importante” que os bancos privados sigam os
públicos, que puxaram a redução nas últimas semanas, e são “bom exemplo
da saudável concorrência de mercado”.
“Os bancos não podem continuar cobrando mesmos juros para empresas e consumidor enquanto a taxa básica (Selic) cai”, frisou.
É preciso destacar que, pela primeira vez nas últimas décadas, uma
autoridade resolveu enfrentar os bancos. A coragem de Dilma Rousseff
impressiona. Recentemente, ela passou por cima do ministro Guido Mantega
como um trator e pessoalmente determinou que os dois maiores bancos
públicos do país, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, liderassem
um processo de redução nas taxas, o que foi seguido pelas instituições
privadas.
Ao mesmo tempo, pressionou o Banco Central a reduzir os juros básicos
(Taxa Selic) ao menor patamar em termos reais (descontada a inflação)
na história recente do Brasil.
Em sua fala, a presidente também voltou a defender a indústria
nacional, dizendo que é preciso haver “diminuição equilibrada” dos
impostos para produtores e para consumidores, com uma taxa de câmbio que
defenda a indústria e a agricultura.
Sem fazer referência direta ao caso Cachoeira, Dilma disse ainda que
vai enfrentar “malfeitores”. “Vamos continuar buscando meios de baixar
impostos, de combater os malfeitos e os malfeitores. E cada vez mais
estimular as coisas bem feitas e as pessoas honestas de nosso país”.
Caramba! Será que a presidente Dilma rompeu com Lula? Tudo indica que
sim. Jamais na História desse país um presidente enfrentou os
banqueiros com tamanha determinação. Apenas Prudente de Moraes pode ser
lembrado como exemplo, ao desafiar os credores externos. O resto,
incluindo Lula, se curvou covardemente diante dos banqueiros.( Tribuna da Internet )
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