Nem só de vitórias é construída a
trajetória de uma grande campeã. A medalhista de ouro olímpico no judô,
Sarah Menezes, revelou que tinha dificuldades em lidar com a derrota,
por isso trabalhou bastante o lado psicológico para vencer em Londres,
na categoria até 48Kg.
Essa experiência está sendo contada por
ela mesma, nesta quinta-feira, 30, para os alunos do Colégio Christus,
em Fortaleza. Atleta só deixará a Capital cearense na sexta-feira,
quando inicia a preparação para o campeonato mundial por equipe, em
Salvador, onde, mais uma vez, irá defender o Brasil.
História de superação
Em 2008, em Pequim, a piauense foi
derrotada na primeira luta. Porém, quatro anos depois, superou o trauma
ao fazer história como a primeira brasileira a subir no topo do pódio de
uma competição olímpica.
“Para mim, foi uma questão de superação
vencer essa barreira de não aceitar a derrota. Na China, era minha
primeira vez. Agora, eu já conhecia o ambiente olímpico e estava mais
preparada mentalmente”, afirmou.
Sarah contou que a primeira grande
derrota da carreira foi difícil de engolir. “Eu fui 11 vezes consecutiva
campeã brasileira. No campeonato seguinte, na minha terra (Teresina),
fui derrotada. Foi um golpe muito duro de absorver”, disse a judoca,
ressaltando que aprendeu bastante com essa situação.
Para o treinador de Sarah, Expedito
Falcão, desde os nove anos de idade, quando começou a treinar na escola,
a atleta ficou sempre entre as primeiras colocadas em todos os
campeonatos que participou. “Conversamos muito e mostramos que a
diferença do primeiro para o quinto colocado em uma competição é muito
pequena, tecnicamente falando. Às vezes, é a parte psicológica que faz a
diferença nesses casos”, comentou.
Segundo ele, outro fator determinante
que a ajudou a ter esse excelente desempenho nas olimpíadas foi o fato
detreinar em casa. “Quando a Sarah está treinando, no Piauí, ela passa a
ser o foco do trabalho. Tudo é direcionado para que ela atinja o máximo
do seu desempenho. No eixo Sul e Sudeste, ela seria só mais uma dentre
os atletas de destaque do País. Acredito que continuar treinando em sua
terra natal é um diferencial na sua carreira”, avaliou o técnico.
Projeto Social
Foi do treinador e da atleta a ideia de
implantar um projeto para crianças de vulnerabilidade social de
Teresina. “Colocamos em junho antes de eu ir a Londres e está dando
certo”, colocou Sarah, mostrando nos olhos a alegria e o orgulho de ver o
projeto funcionando. “Hoje, temos 80 crinaças de 8 a 12 anos treinando e
mais uma turma de 50 vindo por aí”, emendou o professor.
Expedito explicou que está contactando
as empresas interessadas a adotar as crianças no projeto. “A Newland,
por exemplo, é patrocinadora da Sarah e adotou 10 crianças do projeto
superação. Estamos procurando mais parceiros como a empresa cearense que
enxergou os benefícios dessa ação. Se todos fizessem coisas parecidas,
com certeza, teríamos mais campeões e menos violência”.( Diário do Nordeste )
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