(Foto: Alzyr Quaresma)
A
ação da Polícia Civil que resultou no desmantelamento da quadrilha que
sequestrou no último dia 17 um adolescente de 15 anos, filho de um
empresário do ramo da agroindústria de Marabá pode não ter chegado ao
fim. Está sendo investigada a possibilidade de envolvimento de outras
pessoas além das seis identificadas – e de dois homens que morreram na
“Operação Uliana”, quando tentaram resistir à investida da polícia para
resgatar o adolescente. Também está sendo apurado de que forma se deu a
abordagem, sendo possível a realização de uma reconstituição para que a
polícia possa ter o máximo de detalhes do caso.
“Ainda não temos nada concreto a
respeito da participação de outras pessoas, mas é possível que tenham
outras pessoas envolvidas”, alegou o delegado Hennison José Jacob
Azevedo, respondendo pela diretoria da Divisão de Repressão ao Crime
Organizado (DRCO), que investigou o crime, cujo inquérito é presidido
pelo delegado Carlos André.
Ainda segundo o delegado Hannison, a
forma como se deu a abordagem na hora do sequestro ainda é algo que
precisa ser mais detalhado. “Tudo que a gente tiver de informação a
respeito do caso ajuda para que nenhuma injustiça seja cometida no
inquérito”, argumentou.
EFICÁCIA NA REPRESSÃO
EFICÁCIA NA REPRESSÃO
Conforme explicou o delegado Hannison,
a prática de sequestros em nosso Estado não é muito comum quanto em
outros centros do país, e a ação eficaz da polícia ajuda a coibir esse
tipo de prática. “Os bandidos daqui em geral não têm paciência pra esse
tipo de ação, que necessitam de uma logística e um preparo muito grande.
Acreditamos que essa quadrilha ainda não tenha agido com a excelência
com que agem bandidos do tipo em outras partes, mas estamos preparados
para combater qualquer tipo de sequestro”, avisou.
As recomendações da polícia, sobretudo
para pessoas com bom poder aquisitivo, é não ficar refém de si próprio,
achando que a qualquer momento vai ser sequestrado, mas tomar alguns
cuidados como evitar seguir sempre o mesmo caminho, na medida do
possível evitar ficar exibindo os bens em redes sociais. “Não tem como
prevenir 100% os sequestros. Mas um pouco de cuidado aqui e ali pode
fazer a diferença”, recomendou.
Entenda o caso
No início da tarde de segunda feira
(17), um adolescente de 15 anos e o taxista da família foram
sequestrados no bairro do Umarizal em Belém. O preço pedido ao pai do
garoto, um empresário da agroindústria de Marabá, foi de R$ 3 milhões.
Foram mantidos em um cativeiro numa área de mata do município de Santa
Izabel. A polícia conseguiu fazer o resgate no final da tarde da última
segunda feira (24), onde dois homens que supostamente tinham ligação com
o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram mortos em confronto com
policiais.
No sítio, José Raimundo dos Santos
Souza e Ricardo Anderson da Silva foram detidos. A polícia deteve também
em Ananindeua, no bairro do Aurá Carlos Maciel Pereira da Silva e
Nelson Roberto Nascimento Negrão. Já em Belém, no bairro do Guamá, a
esposa de Roberto, Renata Cavaleiro de Macedo, foi capturada. De dentro
do presídio de Americano, Israel Gama Soares, conhecido como ou “Punk”
ou “Israelzinho”, batizado no PCC quando esteve preso no Estado de São
Paulo, foi descoberto pela Polícia Civil como o suposto articulador da
quadrilha. Na operação que ficou conhecida como “Uliana”, um rifle, uma
escopeta e uma espingarda, além de 23 quilos de cocaína, foram
apreendidos.
(Diário do Pará)
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