Da Folha de Sáo Paulo
Candidatos
a prefeito pelos quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se
empenhou pessoalmente nas últimas semanas, participando de comícios e
programas de TV, chegaram à reta final da campanha eleitoral enfrentando
várias dificuldades.
Em
sua primeira campanha após deixar o governo com uma aprovação popular
de 83%, Lula apareceu no palanque de apenas dez candidatos a prefeito na
campanha deste ano. Somente quatro deles lideram a disputa eleitoral em
suas cidades.
Outros cinco
candidatos pelos quais o ex-presidente se empenhou têm chance de chegar
ao segundo turno da eleição, mas ainda aparecem nas pesquisas muito
distantes dos candidatos que estão em primeiro lugar na corrida. São os
candidatos de São Paulo, Belo Horizonte, Campinas (SP), Mauá (SP) e
Santo André (SP).
Em Feira de Santana
(BA), cidade visitada por Lula, o candidato que ele apóia, Zé Neto, não
parece ter nenhuma chance, de acordo com as pesquisas.
Lula
havia previsto um périplo por palanques de seis aliados no Nordeste,
mas na última semana decidiu concentrar esforços na campanha de Fernando
Haddad (PT) em São Paulo –que briga com José Serra (PSDB) por uma vaga
no segundo turno.
Em Recife,
abandonou Humberto Costa, o nome escolhido pelo PT para desafiar o
candidato do governador Eduardo Campos (PSB). Humberto, que liderava a
corrida no início, hoje é o terceiro colocado e corre o risco de ficar
fora do segundo turno.
Lula demorou
para entrar na campanha porque precisava se recuperar do tratamento do
tumor descoberto em sua laringe no ano passado. Os efeitos colaterais do
tratamento da doença impediram que ele cumprisse uma agenda muito
intensa.
Na avaliação da cúpula do
PT, que recentemente se reuniu para discutir as eleições, o mau
desempenho do partido está ligado em parte ao impacto negativo do
julgamento do mensalão, em curso no Supremo Tribunal Federal.
Os
petistas também afirmam que a alta aprovação do governo Dilma Rousseff
rende benefícios eleitorais para todos os partidos aliados ao governo,
que são adversários do PT em algumas cidades.
Em
Belo Horizonte, o PT enfrenta o PSB. Lula esteve no palanque de Patrus
Ananias (PT), que corre o risco de ver Marcio Lacerda (PSB) ser reeleito
em primeiro turno.
Manaus foi a
única cidade em que Lula apareceu para apoiar um concorrente não
petista. Vanessa Grazziotin (PC do B) disputa com o ex-senador Arthur
Virgílio (PSDB), antigo desafeto de Lula.
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