
Na outra
parte da residência, um modesto galinheiro. Chama a atenção, também, a
predominância das galinhas-d’angola, a ave de origem africana que tem o
maior número de codinomes, que variam de acordo com as regiões: capote,
faraona, cocar e guiná, entre outros. Os frangos e galos são mais
conhecidos pelos sons onomatopeicos que produzem: “estou-fraco!”,
“estou-fraco!”, “estou-fraco!”. Esse é o coral que deve dar bom dia ao
Zé Dirceu, todas as manhãs. E que faz a alegria dos visitantes ávidos
para saborear uma carne de ave diferente: todo capote que grita essa
palavra de ordem cai, inevitavelmente na panela da dona Joana e vai para
a mesa de jantar.
Como Zé deixou com a Dilma o labrador “Nego”, agora, embaixo da sua rede, na varanda, mora o vira-lata “Neguinho”.
O
périplo pela casa continua, até chegarmos à sala de jantar Na parede
central, um quadro assinado em seis grandes letras: S-A-R-N-E-Y.
Para
um leigo como eu, e amigo do artista, de todas as suas criações
culturais e políticas, esse quadro é a obra- prima de Sarney, até pela
liberdade de interpretação visual que ela permite ao espectador: de
perto, você não tem dúvida de que se trata de um belo peixe do Amazonas,
um tambaqui, talvez; de longe, a imagem é emocionante: parece um
exuberante tuiú do meu amado pantanal, em posição de voo.
Depois
dessa tempestade visual, viria certamente a bonança. E o colírio veio
com o nome de Joana, a bela filha de José Dirceu com a portuguesa Ângela
Saragossa. Não há como ignorá-la. A altura, beleza e postura de modelo
ofuscam qualquer interesse jornalístico pela figura do pai.
(Por Jorge Bastos Moreno – Nhenhenhém
Nenhum comentário:
Postar um comentário