segunda-feira, 1 de outubro de 2012

José Dirceu tem em casa quadro de S-A-R-N-E-Y

Daqui para frente, entra em cena a verdadeira razão de ser do mensalão: José Dirceu de Oliveira e Silva. Fui conhecer a sua casa de campo, em Vinhedo (SP). É, como diria o colunista Ancelmo Gois, um condomínio de bacanas, de moradores ilustres, entre eles o presidente do PT, Rui Falcão, que, graças a Deus, não estava por lá: Rui detesta jornalista e a possante churrasqueira da casa, presente do empresário Bassi, o das carnes bem cortadas, poderia sugerir e despertar os instintos mais selvagens do dirigente petista. Ao contrário do que descrevem coleguinhas maldosos, não é tão de mau gosto assim. Tudo bem que chame a atenção, logo na entrada, um enorme símbolo do Corinthians, dando a impressão que estamos entrando na sede campestre do belo Country Club, o de Nova Iguaçu. Lote normal para o tipo de moradia. Jardins exuberantes e sustentáveis — a horta abastece a dispensa da Joana, a cozinheira que acompanha o Zé há quase 20 anos, coitada!
Na outra parte da residência, um modesto galinheiro. Chama a atenção, também, a predominância das galinhas-d’angola, a ave de origem africana que tem o maior número de codinomes, que variam de acordo com as regiões: capote, faraona, cocar e guiná, entre outros. Os frangos e galos são mais conhecidos pelos sons onomatopeicos que produzem: “estou-fraco!”, “estou-fraco!”, “estou-fraco!”. Esse é o coral que deve dar bom dia ao Zé Dirceu, todas as manhãs. E que faz a alegria dos visitantes ávidos para saborear uma carne de ave diferente: todo capote que grita essa palavra de ordem cai, inevitavelmente na panela da dona Joana e vai para a mesa de jantar.
Como Zé deixou com a Dilma o labrador “Nego”, agora, embaixo da sua rede, na varanda, mora o vira-lata “Neguinho”.
O périplo pela casa continua, até chegarmos à sala de jantar Na parede central, um quadro assinado em seis grandes letras: S-A-R-N-E-Y.
Para um leigo como eu, e amigo do artista, de todas as suas criações culturais e políticas, esse quadro é a obra- prima de Sarney, até pela liberdade de interpretação visual que ela permite ao espectador: de perto, você não tem dúvida de que se trata de um belo peixe do Amazonas, um tambaqui, talvez; de longe, a imagem é emocionante: parece um exuberante tuiú do meu amado pantanal, em posição de voo.
Depois dessa tempestade visual, viria certamente a bonança. E o colírio veio com o nome de Joana, a bela filha de José Dirceu com a portuguesa Ângela Saragossa. Não há como ignorá-la. A altura, beleza e postura de modelo ofuscam qualquer interesse jornalístico pela figura do pai.
(Por Jorge Bastos Moreno – Nhenhenhém

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