Amigas
e amigos do blog, esta coluna ainda não estava no ar quando o então
senador Edison Lobão assumiu o Ministério das Minas e Energia, no começo
de 2008. Mas tão logo começou o blog, em setembro de 2010, comecei a
martelar, volta e meia, que Lobão — ex-jornalista que virou político
profissional — não entendia absolutamente nada nem de minas, nem de
energia.
De eletricidade, brincava eu, o que o ministro sabia era (e é) que, apertando o interruptor, a luz acende.
Pois
está aí a série de apagões que não me deixa mentir a respeito da
extraordinária competência gerencial e administrativa de Lobão.
Credenciais
para estar no governo Lula durante dois anos e meio (saiu para se
recandidatar a senador e, logo adiante, deixar a vaga para o filho), e
voltar ao mesmo posto no governo Dilma desde o início, ele sem dúvida
possui.
Bem, pelo menos uma,
importantíssima: ser velho pau-mandado do senador José Sarney (PMDB-AP),
por cujas mãos aquele jornalista político que defendia o golpe de 1964
em seus artigos ingressou na política — evidentemente, via Arena,
partido da ditadura. Deputado pela Arena, depois pelo seu sucessor, o
PDS, mais tarde pelo PFL, Lobão foi indo, foi indo, chegou ao governo do
Maranhão, depois alcançou o Senado.
Tão
logo apareceu o lulalato e a chance de agarrar-se firmemente ao poder
central, deixou o PFL (hoje DEM) e ingressou no PMDB. Ficar na oposição?
Imagine!
É ministro única e
exclusivamente porque o senador Sarney agasalha no peito uma, digamos,
profunda afeição pelo setor elétrico, o mesmo que ele, enquanto
presidente, entregou ao falecido ACM e do qual seu coração não mais se
afastou desde então.
E, naturalmente,
porque o lulalato e a presidente Dilma não abrem mão do apoio poderoso
de Sarney no Congresso — da mesma forma como agasalharam, felizes,
Fernando Collor, Jader Barbalho, Renan Calheiros e, entre muitos outros,
Paulo Maluf.
Então, amigas e amigos do blog, enfrentemos os apagões, mas permitam-me que eu relembre: eu não disse?

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