(Foto: Wagner Santana)
Osucessor
de Duciomar Costa, que administrou a capital paraense por 8 anos, terá
sem dúvida muitas dificuldades pela frente diante de imensos obstáculos e
desafios que toda grande metrópole precisa superar. E com Belém,
com seus 1.393.399 moradores, segundo o Censo do IBGE de 2010 e na luta
para recuperar o rótulo de metrópole da Amazônia, não poderia ser
diferente.
Diante de tantas propostas apresentadas, muitas difíceis de serem concluídas diante do tempo
do mandato do prefeito eleito, o DIÁRIO listou apenas 5 grandes
desafios que Zenaldo Coutinho, eleito com uma certa folga no segundo
turno, terá pela frente.
Não foi preciso contratar qualquer
instituto de pesquisa para se chegar ao óbvio: saneamento, segurança,
saúde, educação e transporte urbano estão na pauta do dia. Nos
noticiários as mazelas batem ponto diariamente, e na campanha eleitoral
os candidatos tiveram que ser ágeis para indicar a receita milagrosa para extirpar o drama até 2016, ano em que Belém chegará aos 400 anos.
O DIÁRIO foi a campo ouvir especialistas
nestas áreas, que resumiram a partir da metade da página abaixo e nas
outras duas seguintes, que traçaram um panorama do cenário atual e quais
os pontos que deveriam ser atacados logo nos primeiros meses de 2013.
Periferia e centro têm que entrar na pauta
Esgotos a céu aberto e acúmulo de
lixo, além da óbvia questão estética, são assuntos de saúde pública.
Quanto mais suja for uma cidade, maiores serão os focos de transmissores
de doenças. O novo prefeito de Belém terá um grande desafio pela
frente: limpar. Segundo estudo feito pelo Estatuto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE), Belém é a cidade brasileira, com mais
de um milhão de habitantes, que apresenta pior índice de esgoto a céu
aberto no entorno de residências com quadras definidas.
A pesquisa do IBGE foi
realizada nas proximidades de 96,9% de residências particulares urbanas
do país. A pesquisa, feita com base no Censo 2010 e divulgada em maio
deste ano, não levou em consideração favelas e outras ocupações
irregulares. Segundo o professor e pesquisador da UFPA José Almir
Rodrigues Pereira, agente sanitarista e doutor em Hidráulica e
Saneamento, antes de tudo, é necessário se debruçar sobre o problema.
“Belém precisa ser pensada como um todo, periferia e centro. É preciso
obter um diagnóstico real da situação. Então, é necessário fazer um
planejamento a longo prazo, levando em consideração o crescimento
da cidade. Isso guiaria um plano de ação de médio e curto prazo
apontando medidas imediatas que podem ser tomadas para melhorar a
situação da rede já existente”, explica.
PRIORIDADE
PRIORIDADE
De acordo com o professor Rodrigues,
que coordena o Grupo Pesquisa Hidráulica e Saneamento da UFPA, já existe
um plano delimitando projetos de esgotamento sanitário para os cinco
municípios da região metropolitana até 2030. “É algo que precisa ser
priorizado e que exige muitos recursos. O plano precisa ser estendido
para outras áreas, como manejo de resíduos sólidos e drenagem. Muitos
recursos federais voltam porque os municípios não apresentam planos
detalhados. A partir de um instrumento que já existe, é possível
trabalhar e correr atrás de verba para começar a executá-lo”, orienta.
O engenheiro civil, sanitarista e
também professor da UFPA Luiz Otávio Mota Pereira destaca como um grande
entrave da próxima administração o problemático “Lixão do Aurá”. “O
‘Aurá’ é o único depósito de resíduos sólidos da região metropolitana e
já deveria estar selado desde 2007. É necessário emergencialmente se
criar outra área ou alternativa para a destinação final deste lixo. É um
crime ambiental que pode comprometer o abastecimento de água de toda
região”, alerta.
COLETA
COLETA
Segundo a assessoria de imprensa da
Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), a coleta de lixo nos bairros
e distritos de Belém ocorre em dias alternados. De acordo com a
assessoria, a limpeza da cidade é feita por 1,5 mil garis. Cerca de 1,2
toneladas de lixo domiciliar e 700 toneladas de entulho seriam
recolhidos diariamente. Os dados se referem ao mês de maio. Por três
dias, nossa reportagem tentou obter informações mais específicas da
secretaria. Sem sucesso.
(Diário do Pará)
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