segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os desafios de Belém ao novo prefeito

Os desafios de Belém ao novo prefeito (Foto: Wagner Santana)
(Foto: Wagner Santana)


Osucessor de Duciomar Costa, que administrou a capital paraense por 8 anos, terá sem dúvida muitas dificuldades pela frente diante de imensos obstáculos e desafios que toda grande metrópole precisa superar. E com Belém, com seus 1.393.399 moradores, segundo o Censo do IBGE de 2010 e na luta para recuperar o rótulo de metrópole da Amazônia, não poderia ser diferente.
Diante de tantas propostas apresentadas, muitas difíceis de serem concluídas diante do tempo do mandato do prefeito eleito, o DIÁRIO listou apenas 5 grandes desafios que Zenaldo Coutinho, eleito com uma certa folga no segundo turno, terá pela frente.
Não foi preciso contratar qualquer instituto de pesquisa para se chegar ao óbvio: saneamento, segurança, saúde, educação e transporte urbano estão na pauta do dia. Nos noticiários as mazelas batem ponto diariamente, e na campanha eleitoral os candidatos tiveram que ser ágeis para indicar a receita milagrosa para extirpar o drama até 2016, ano em que Belém chegará aos 400 anos.
O DIÁRIO foi a campo ouvir especialistas nestas áreas, que resumiram a partir da metade da página abaixo e nas outras duas seguintes, que traçaram um panorama do cenário atual e quais os pontos que deveriam ser atacados logo nos primeiros meses de 2013.
Periferia e centro têm que entrar na pauta
Esgotos a céu aberto e acúmulo de lixo, além da óbvia questão estética, são assuntos de saúde pública. Quanto mais suja for uma cidade, maiores serão os focos de transmissores de doenças. O novo prefeito de Belém terá um grande desafio pela frente: limpar. Segundo estudo feito pelo Estatuto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Belém é a cidade brasileira, com mais de um milhão de habitantes, que apresenta pior índice de esgoto a céu aberto no entorno de residências com quadras definidas.
A pesquisa do IBGE foi realizada nas proximidades de 96,9% de residências particulares urbanas do país. A pesquisa, feita com base no Censo 2010 e divulgada em maio deste ano, não levou em consideração favelas e outras ocupações irregulares. Segundo o professor e pesquisador da UFPA José Almir Rodrigues Pereira, agente sanitarista e doutor em Hidráulica e Saneamento, antes de tudo, é necessário se debruçar sobre o problema. “Belém precisa ser pensada como um todo, periferia e centro. É preciso obter um diagnóstico real da situação. Então, é necessário fazer um planejamento a longo prazo, levando em consideração o crescimento da cidade. Isso guiaria um plano de ação de médio e curto prazo apontando medidas imediatas que podem ser tomadas para melhorar a situação da rede já existente”, explica.

PRIORIDADE
De acordo com o professor Rodrigues, que coordena o Grupo Pesquisa Hidráulica e Saneamento da UFPA, já existe um plano delimitando projetos de esgotamento sanitário para os cinco municípios da região metropolitana até 2030. “É algo que precisa ser priorizado e que exige muitos recursos. O plano precisa ser estendido para outras áreas, como manejo de resíduos sólidos e drenagem. Muitos recursos federais voltam porque os municípios não apresentam planos detalhados. A partir de um instrumento que já existe, é possível trabalhar e correr atrás de verba para começar a executá-lo”, orienta.
O engenheiro civil, sanitarista e também professor da UFPA Luiz Otávio Mota Pereira destaca como um grande entrave da próxima administração o problemático “Lixão do Aurá”. “O ‘Aurá’ é o único depósito de resíduos sólidos da região metropolitana e já deveria estar selado desde 2007. É necessário emergencialmente se criar outra área ou alternativa para a destinação final deste lixo. É um crime ambiental que pode comprometer o abastecimento de água de toda região”, alerta. 

COLETA
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), a coleta de lixo nos bairros e distritos de Belém ocorre em dias alternados. De acordo com a assessoria, a limpeza da cidade é feita por 1,5 mil garis. Cerca de 1,2 toneladas de lixo domiciliar e 700 toneladas de entulho seriam recolhidos diariamente. Os dados se referem ao mês de maio. Por três dias, nossa reportagem tentou obter informações mais específicas da secretaria. Sem sucesso.
(Diário do Pará)
 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário