sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A louca cavalgada da mulher mais rica do mundo



Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)


“É aquele tipo raro de livro que depois de ler você dá graças a Deus por ser pobre.”
A frase acima é de um jornal australiano, e está numa resenha feita sobre a biografia de Gina Rinehart. Ela acaba de se sagrar a mulher mais rica do mundo, segundo levantamentos de publicações de economia e negócios.


 


Uma viúva super-rica


Gina, australiana de 58 anos, viúva, parecida fisicamente com Susan Boyle exceto pelos cabelos compridos, é a única herdeira de um império da mineração. Sua fortuna pessoal foi avaliada em 30 bilhões de dólares.
Basicamente, além de ganhar muito dinheiro, ela briga. Brigou, quando jovem, com a madrasta, a quem acusou de só casar com o pai por causa do dinheiro. A madrasta, Rose, uma tailandesa de aclamada beleza, era quase quarenta anos mais nova que o pai de Gina. Conheceu-o quando foi trabalhar como empregada dele depois que ele enviuvou. Gina estava, é claro, certa. Três meses depois da morte do marido velho e rico, ela se casou com um amigo do defunto.
Gina está brigando, agora, com três dos quatro filhos. A disputa está na justiça. Os filhos a acusam de prejudicá-los financeiramente. Querem tirar da mãe o controle do patrimônio da família.
NA MÍDIA
Gina briga, ainda, com o conselho de administração de um dos maiores grupos de mídia australiano, o Fairfax. Ela comprou um lote grande de ações, e quer um lugar no conselho. Gina reclama dos resultados econômicos do grupo, muito aquém daquilo que ela consegue em suas minas.
Gina diz que seu interesse em entrar para a administração é apenas econômico. Mas os jornalistas do grupo não acreditam nela. Trata-se, segundo eles, de um primeiro passo para interferências editoriais. (Gina é ultraconservadora, e o jornal é de centro.)
A Austrália tem tradição em novos acionistas que prometem não mexer no conteúdo e acabam fazendo o oposto. Murdoch, australiano como Gina, quando comprou o Times de Londres, afirmou que a redação, então dirigida pelo lendário Harold Evans, teria independência. Em pouco tempo, Evans estava fora e Murdoch fez o que fez — empurrou o jornal para o conservadorismo e se cercou de marionetes.
Os administradores do Fairfax conhecem bem essa história. Farão bem se mantiverem Gina, com todos os seus bilhões, bem longe dor jornalistas.

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