Vice-prefeito e quatro vereadores decidiram se apresentar à Polícia depois que tiveram a prisão decretada
Depois
de quase uma semana foragidos da Justiça, quatro vereadores e o atual
vice-prefeito do Município de Uruoca (310Km de Fortaleza) se
apresentaram, na tarde de ontem, ao Ministério Público Estadual, nesta
Capital. Os cinco foram encaminhados à Delegacia de Capturas e Polinter
(Decap), no Centro, onde cumprirão prisão temporária por cinco dias.
Este prazo pode ser renovado por igual período ou a medida pode ser
convertida em preventiva.
Os
políticos acusados de receber suborno da Prefeitura de Uruoca cumprem
prisão temporária na Delegacia de Capturas (Decap), nesta Capital. Na
manhã de hoje, eles serão levados à sede da PGJ para serem ouvidos FOTO:
ADRIANA PIMENTEL
O grupo, segundo as investigações do MP,
era formado pelos vereadores Antônio Eraldo Batista Lima, Maria Aldebiza
Silveira Carneiro, Elônio Sales Gomes e Júnior Marçal, além do atual
vice-prefeito Evilaques Araújo da Silva, que, na época dos fatos era
vereador.
Mensalinho
A atuação ilegal do
grupo de vereadores começou a ser investigada no ano passado pelo
Ministério Público e resultou no indiciamento dos acusados depois que o
MP recebeu denúncias de que parte da Câmara Municipal recebia propina
para aprovar as mensagens do prefeito local.
Uma investigação sigilosa resultou na produção de um vídeo em que os acusados aparecerem recebendo o dinheiro. Segundo as investigações, os vereadores exigiam R$ 1 mil por mês para aprovar as proposituras da Prefeitura Municipal.
Na
semana passada, os acusados da ilicitude tiveram a prisão temporária
decretada a pedido do MP, mas desapareceram daquela cidade da Região
Norte do Estado. Desde então, passaram a ser considerados foragidos.
Ontem,
acompanhados de seus respectivos advogados, compareceram à sede da
procuradoria Geral da Justiça (PGJ), onde foram informados oficialmente
da decisão da Justiça e, em seguida, transferidos para a carceragem da
Delegacia de Capturas e Polinter. Apenas a vereadora Maria Aldebiza não
ficou ali. Foi levada para a sede da Delegacia Geral da Polícia Civil,
no Centro da Capital.
A remoção dos presos contou com a
participação de equipes de inspetores e viaturas da Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Polícia
Especializada (DPE), da Polícia Civil.
Sigilos
Ao
mesmo tempo em que decretou a prisão temporária dos acusados do esquema
de corrupção em Uruoca, o Judiciário atendeu a outro pedido dos
promotores e determinou a quebra dos sigilos telefônico, bancário e
fiscal de todos os acusados. Hoje, os presos serão reconduzidos à sede
da PGJ, onde prestarão depoimento aos promotores integrantes da
Procuradoria de Combate aos Crimes Contra a Administração Pública
(Procap).
Mesmo com a prisão dos cinco acusados, as investigações
do Ministério Público vão continuar e, segundo fontes daquele órgão, é
possível que sejam requisitadas novas prisões.
Prefeituras
O
Procap realiza investigações em diversas prefeituras municipais com o
objetivo de apurar o desvio de verbas públicas, bem como, esquema de
corrupção e suborno em práticas eleitorais. No ano passado, dezenas de
gestores e ex-gestores foram parar na cadeia e indiciados por diversos
crimes comuns.
FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA
/Diário do Nordeste )
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