sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Strans e Ciptram passam a atuar juntos no trânsito

SEMINÁRIO reuniu representantes de vários órgãos e discutiu estratégias para reduzir o alto número de acidentes



A Companhia Independente de Trânsito do Piauí (Ciptran) passará a ter a mesma competência da Superintendência Municipal de Trânsito de Teresina (Strans), no sentido de fiscalizar e multar as infrações previstas pelo Código Brasileiro de Trânsito na capital. O anúncio foi feito na manhã dessa quinta-feira (31), durante um seminário que reuniu diversos órgãos com o objetivo de debater e traçar estratégias para diminuir os altos índices de acidentes e vítimas do trânsito em todo o Piauí, especialmente na capital.
De acordo com o superintendente da Strans, Pang Yen Hsiao, o convênio entre o órgão e a Ciptran já está pronto e deve ser assinado até o próximo dia 10. A partir daí, a companhia passará a ter competência para atuar não somente os veículos que estiverem com a documentação irregular, mas também aqueles onde os condutores estão desrespeitando as regras de trânsito.
"Há a necessidade de ampliar a fiscalização para reduzir os acidentes e esse convênio foi a saída encontrada, especialmente diante da falta de efetivo suficiente na Strans", informou o gestor. Outra área de atuação destacada por ele é a melhoria da sinalização e engenharia das ruas da capital. "Um cruzamento sem sinalização correta tem 62 possibilidades de ocorrer acidentes. Com a implantação de uma rotatória na área, este número cai para 8", exemplificou Pang, enfatizando que uma equipe do órgão está responsável por fazer este estudo constantemente.
O I Seminário de Integração e Mobilização pela Segurança no Trânsito foi realizado no auditório da Escola Piauiense de Educação no Trânsito e apresentou números de ocorrências e debateu soluções para o problema. Somente no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), os acidentes de trânsito resultaram no atendimento de cerca de 17.500 pessoas no ano passado, o que corresponde a quase 22% do total de procedimentos realizados pelo hospital.
De acordo com o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque, a maioria dos atendimentos (quase 87%) diz respeito às vítimas de motocicletas. A maioria dos casos envolve pessoas que ingeriram álcool ou estavam sem capacete. "A gravidade dos casos aumenta junto com o número de atendimentos. Os casos de fraturas de face, por exemplo, tripli-caram nos últimos três anos", reforça Albuquerque. 
Durante o evento, o comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRE), tenente-coronel Leandro Castelo Branco, também cobrou dos prefeitos municipais que assumam as responsabilidades pela fiscalização e educação no trânsito em suas cidades, como prevê o código de trânsito. Ele informou que menos de 2% dos 224 municípios piauienses já fazem este trabalho.
"É preciso que os novos gestores atentem para este problema. É inadmissível que um prefeito deixe de salvar vidas porque a implantação da fiscalização poderá resultar em menos votos para ele, como já ouvimos por aí", afirmou Leandro.
Participaram do seminário, ainda, representantes do Departamento Estadual de Trânsito do Piauí (Detran-PI), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos centros de formação de condutores (autoesco-las) de Teresina e de outros órgãos parceiros do Sistema Nacional de Transportes. ( Diário do Povo )

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