sexta-feira, 22 de março de 2013

Bandeirinha não aceita grana alta para ficar pelada em revista

Fernanda com a roupa de trabalho
Fernanda com a roupa de trabalho Foto: Reprodução de Internet
Marjoriê Cristine/Extra
 
 
Loira, com cabelo comprido, olhos verdes e um corpo esbelto. O biotipo poderia ser de uma modelo, dançarina e até atriz. Mas Fernanda Colombo Uliana brilha nas quatro linhas. Aos 21 anos, a jovem de Criciúma, em Santa Catarina, é bandeirinha há quatro anos e se tornou musa do futebol. Mas a catarinense não quer saber de usar a beleza para conseguir seus objetivos, e já descartou posar nua.
- Agora não. Quero me dedicar a carreira. Nem ensaios sensuais, no máximo uma sessão de fotos quando meus amigos pedem - disse, porém, deixando claro que tudo depende da proposta. - Não posso dizer que nunca farei. Agora não quero. Mas dependendo da proposta, da minha necessidade financeira eu irei analisar. Mas, repito, agora não poso nua.
Fernanda: produzida para a noite catarinense
Fernanda: produzida para a noite catarinense Foto: Reprodução de internet
Muito além da beleza, que nunca a fez sonhar ser modelo, Fernanda quer mesmo é ser reconhecida pelo seu trabalho em campo. Fã de futebol, mesmo sem torcer para nenhuma equipe (é o que ela diz), o desejo da professora de educação física é seguir na carreira e, um dia, estar em grandes jogos do Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores e até Copa do Mundo.
- Já trabalhei em dois jogos do Campeonato Catarinense neste ano e um em 2011. Foram jogos do Joinville e do Figueirense. Mas ainda faço mais partidas da liga amadora. Vou pegando experiência e isso é importante. Quero trabalhar em grandes competições, com grandes times. Deve ser emocionante. Quem não gostaria de estar em uma Copa? - afirmou a bandeirinha, que é integrante do quadro de arbitragem da Federação Catarinense de Futebol (FCF) e da Liga de Futebol da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz (Licosai).
Fernanda na saída da praia com o seu corpão
Fernanda na saída da praia com o seu corpão Foto: reprodução de internet
Apesar do caminho não ser fácil, ela não desiste da profissão, que surgiu na sua vida através de um convite de um professor na faculdade. A jovem fazia atletismo e se dedicava ao esporte, quando foi chamada para fazer um curso de arbitragem.
- Entrei de gaiato (risos). Meu treinador ia dar um curso em Balneário Camboriú e me convidou. Aceitei e fiz por um semestre o curso, em 2009. Com 18 anos, bem no início de 2010, eu comecei a trabalhar em jogos do campeonato amador. Mas sempre acompanhei pela TV, ia aos jogos no estádio e meus pais também adoram futebol. Não me imagino fazendo outra coisa - contou, afirmando que aprendeu a lidar com o fato de perder finais de semana. - Isso foi o mais difícil de tudo. Eu moro longe da minha família (se mudou para Florianópolis em 2009). E não posso marcar nada, meus finais de semana são apenas para o futebol.
Fernanda na praia
Fernanda na praia Foto: reprodução de internet
Mas mesmo complicado, Fernanda tira de letra. Assim como as gracinhas e as cantadas. São tantas, que a catarinense nem liga mais. Na verdade, abstrai e ignora. Afinal, ela tem namorado e não quer saber de misturar trabalho com vida pessoal. Há um ano com o fisioterapeuta Bruno Espíndola, o jovem entende bem a função da bandeirinha e não sente ciúmes dela.
- Quando ele me conheceu, eu já trabalhava com isso. Ele é super tranquilo, não liga mesmo. E eu também não ligo para as cantadas. Estou ali para trabalhar. É irrelevante para mim - falou a professora de hidroginástica e natação.
E se o futebol não sai da sua vida, o judô teve uma passagem breve. Fernanda fez o esporte por seis meses quando estava cursando educação física na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas foi obrigada a deixar de lado por causa do trabalho em campo. O risco de lesões a fez abandonar a luta.
- Eu queria continuar e gostava de lutar, mas no judô há muitas lesões no ombro. E eu, como auxiliar, preciso do ombro 100% para poder trabalhar. Então não teve jeito - disse a bandeirinha, que nunca sonhou jogar futebol, por exemplo. - Luta eu gosto, mas ser jogadora de futebol não. E não sou daquelas bandeirinhas frustradas (risos). Gosto é de estar onde estou hoje.
Fernanda com o ex-árbitro Leonardo Gaciba num encontro da classe
Fernanda com o ex-árbitro Leonardo Gaciba num encontro da classe Foto: reprodução de internet
E ser auxiliar de arbitragem não é fácil. Fernanda garante que a pressão é grande tanto da torcida, das equipes e até da mídia. Mas mesmo com as dificuldades, estar em campo acaba sendo gratificante acima de tudo.
- É muito difícil. Há muitos lances complicados e nós somos seres humanos, falhamos também. Mas acertamos mais que erramos. E por isso que ter a experiência de atuar em vários jogos é importante. Eu comecei debaixo, na liga amadora e hoje busco meu espaço. Assim acontecendo com outras mulheres aqui em Santa Catarina - afirmou a jovem, que deixou claro que não sofre preconceito. - Não acho que sofro preconceito por ser mulher, acho que a cobrança é igual para ambos os sexos. Hoje não existe mais essa barreira.

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