sexta-feira, 1 de março de 2013

Gasoduto do Piauí é debatido em reunião

O governador Wilson Martins deve encaminhar esse ofício com as assinaturas para a ministra Gleisi Hoffman solicitando uma audiência

Mara Teles/Ccom
Reunião com GASPISA no Teatro Assembléia (Foto:Kalberto Rodrigues/CCom)
A Superintendência de Projetos do Governo, a TMN Transportadora S/A e a Companhia de Gás do Piauí organizaram uma reunião, nesta sexta-feira (1º), para apresentar e discutir, junto aos parlamentares, a situação do Gasoduto Meio Norte, um empreendimento de produção e distribuição de gás natural que abrange os estados do Ceará, Piauí e Maranhão.
De acordo com Lucile Moura, superintendente de Projetos Especiais do Governo, a ideia é conseguir o apoio do parlamento piauiense, por meio de assinaturas, quanto à solicitação de mais empenho do Governo Federal para a liberação de recursos que viabilizem tanto o projeto do gasoduto quanto a garantia de fornecimento do gás.

Reunião com GASPISA no Teatro Assembléia(Foto: Kalberto Rodrigues/CCom)
“Qual o grande entrave? Só o projeto em si custa quase R$ 4 milhões. Então, há uma dificuldade de uma empresa investir tal recurso sem ter a garantia de que vai realmente ter gás, porque não adianta ter o gasoduto se não tiver o gás”, explica a superintendente, completando que o produto fornecido seria proveniente da empresa OGX, do empresário Eike Batista, que já iniciou a produção de gás natural no Maranhão. “Já tínhamos tratado com a empresa, não com o retorno que esperávamos. A ideia é mostrar a situação aos parlamentares e colher essas assinaturas aqui”, disse. O governador Wilson Martins deve encaminhar esse ofício com as assinaturas para a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, com cópia para o empresário Eike Batista, solicitando uma audiência para resolver a questão, levando em consideração que o Piauí é o único Estado do Nordeste que não possui gás natural em sua matriz energética.
Para o diretor administrativo da Companhia de Gás do Piauí (Gaspisa), Fábio Amorim, a inserção do gás natural na matriz energética do Piauí seria um grande atrativo industrial, com consequente aumento na geração de emprego, por se tratar de uma energia limpa e barata. “Com a chegada do gás ao Piauí, a previsão é de um acréscimo de R$ 40 bilhões ao PIB do Estado, até 2027. Seria um grande impacto financeiro”, ressalta.
Gasoduto
Com extensão de 948 quilômetros e vazão de 5,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o gasoduto Meio Norte terá capacidade para abastecer os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará.

Luiz Gonzaga Paes Landim - Reunião com GASPISA no Teatro Assembléia(Foto: Kalberto Rodrigues/CCom)
Estudos realizados na Bacia do Parnaíba demonstram grande potencialidade do Piauí para a produção do gás, o que possibilitou a oferta de 14 blocos exploratórios no leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em maio deste ano. Porém, o produto só deverá ser disponibilizado em dez anos. Para o presidente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim, não se discute que existe gás no Piauí, mas é preciso saber a quantidade e a qualidade desse gás. “O Governo do Estado e a ANP realizaram pesquisas preliminares das ocorrências de gás, cabe agora à iniciativa privada, com base nessas informações, aprofundar as pesquisas e, a partir de então, declarar comercialidade, dizer quantos bilhões de metros cúbicos existem em determinado bloco, a capacidade por dia e quanto tempo durará. Daí ele vai vender o gás e utilizar o gasoduto, levando da produção para o consumo.
Ressaltou ainda que o gás é uma energia limpa e barata, e  tem uma capacidade muito grande de atrair investimentos e gerar empregos, indústrias que, em vez de usar carvão, por exemplo, usem gás. O Brasil hoje está importando R$ 4 milhões de metros cúbicos de gás por dia, tamanha a importância e o impacto na economia.

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