As aulas foram suspensas em várias escolas na tarde de ontem
Filas
nas ruas e pessoas carregando baldes em busca de água para o consumo e
os afazeres domésticos. Esta era a cena avistada em vários bairros de
Teresina, na manhã de ontem, mais de 20 horas após a paralisação dos
trabalhos na Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na zona Sul
da capital. Novamente, segundo a Agespisa, um curto-circuito provocou
vazamentos e interrompeu a produção de água dentro do complexo, deixando
quase 400 mil pessoas sem água dentro de casa.
Em
menos de seis meses, é a terceira vez que a população de Teresina
enfrenta problemas com o abastecimento de água por conta de interrupções
no funcionamento da ETA. Na manhã de ontem, quase 24 horas após a
última ocorrência, moradores de vários bairros - em todas as regiões da
cidade - permaneciam sem água dentro de casa. As famílias contavam com o
apoio de vizinhos, donos de empresas privadas e órgãos públicos que
disponibilizaram água para amenizar o problema.
Na zona Norte
da cidade, até o meio-dia, várias famílias estavam sem água. "Estou
enchendo baldes porque só tem água nas torneiras mais baixas e, ainda
assim, está fraca e pingando", afirma a moradora Maria das Graças
Santos, que mora no bairro Aeroporto. Em outro ponto da região, no
bairro Real Copagre, a movimentação de moradores para pegar água no
prédio do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi) começou cedo
nesta quinta-feira (21). "Teve gente que chegou aqui às seis horas
manhã, já com baldes e vasilhas, pedindo para pegar água", relata o
vigilante do prédio, José Hamilton Nunes.
A dona-de-casa Maria
do Socorro Santos, que mora no Real Copagre, levou as duas filhas para
ajudar a pegar água no prédio do Idepi. "Elas deixaram de ir para escola
para me ajudar, porque são sete pessoas na minha casa e estamos há mais
de 12 horas sem água. É inadmissível estarmos passado por tudo isso
novamente pelo mesmo motivo. É preciso que as autoridades resolvam esta
situação", reclama Maria.
Na zona Sul, no bairro Lourival
Parente, os moradores estavam pegando água na casa de uma vizinha, onde
há um poço tubular. "Compramos água mineral para beber e meu marido foi
trabalhar sem tomar banho. Agora, por conta da ajuda da vizinha, terei
água pelo menos para cozinhar e lavar as coisas", relata a dona-de- casa
Vanderléia Soares. Segundo ela, desde a tarde de ontem (quinta-feira),
as casas do Lourival Parente estão sem água.
No Conjunto
Morada Nova, que fica localizado ao lado do Lourival Parente, a situação
era a mesma. "Água é prioridade, é algo básico para qualquer pessoa. O
que está acontecendo é um descaso com a população", afirma a moradora
Benedita Dantas. Segundo ela, a população do conjunto chegou a ficar
duas semanas sem água no conjunto no final do ano passado, após a
ocorrência dos outros dois acidentes que resultaram na paralisação do
funcionamento da ETA.
Ainda na zona Sul da cidade, no bairro
Promorar, moradores se amontoaram em filas, durante a manhã de ontem,
para conseguir água nas hortas comunitárias da região. Já no Parque
Piauí, a saída encontrada pelos moradores para conseguir água foi ir até
o campo de futebol do bairro.( Diário do Povo )
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