sexta-feira, 22 de março de 2013

Metade da população de Teresina ficou sem agua

As aulas foram suspensas em várias escolas na tarde de ontem



Filas nas ruas e pessoas carregando baldes em busca de água para o consumo e os afazeres domésticos. Esta era a cena avistada em vários bairros de Teresina, na manhã de ontem, mais de 20 horas após a paralisação dos trabalhos na Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na zona Sul da capital. Novamente, segundo a Agespisa, um curto-circuito provocou vazamentos e interrompeu a produção de água dentro do complexo, deixando quase 400 mil pessoas sem água dentro de casa.
Em menos de seis meses, é a terceira vez que a população de Teresina enfrenta problemas com o abastecimento de água por conta de interrupções no funcionamento da ETA. Na manhã de ontem, quase 24 horas após a última ocorrência, moradores de vários bairros - em todas as regiões da cidade - permaneciam sem água dentro de casa. As famílias contavam com o apoio de vizinhos, donos de empresas privadas e órgãos públicos que disponibilizaram água para amenizar o problema.
Na zona Norte da cidade, até o meio-dia, várias famílias estavam sem água. "Estou enchendo baldes porque só tem água nas torneiras mais baixas e, ainda assim, está fraca e pingando", afirma a moradora Maria das Graças Santos, que mora no bairro Aeroporto. Em outro ponto da região, no bairro Real Copagre, a movimentação de moradores para pegar água no prédio do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi) começou cedo nesta quinta-feira (21). "Teve gente que chegou aqui às seis horas manhã, já com baldes e vasilhas, pedindo para pegar água", relata o vigilante do prédio, José Hamilton Nunes.
A dona-de-casa Maria do Socorro Santos, que mora no Real Copagre, levou as duas filhas para ajudar a pegar água no prédio do Idepi. "Elas deixaram de ir para escola para me ajudar, porque são sete pessoas na minha casa e estamos há mais de 12 horas sem água. É inadmissível estarmos passado por tudo isso novamente pelo mesmo motivo. É preciso que as autoridades resolvam esta situação", reclama Maria.
Na zona Sul, no bairro Lourival Parente, os moradores estavam pegando água na casa de uma vizinha, onde há um poço tubular. "Compramos água mineral para beber e meu marido foi trabalhar sem tomar banho. Agora, por conta da ajuda da vizinha, terei água pelo menos para cozinhar e lavar as coisas", relata a dona-de- casa Vanderléia Soares. Segundo ela, desde a tarde de ontem (quinta-feira), as casas do Lourival Parente estão sem água.
No Conjunto Morada Nova, que fica localizado ao lado do Lourival Parente, a situação era a mesma. "Água é prioridade, é algo básico para qualquer pessoa. O que está acontecendo é um descaso com a população", afirma a moradora Benedita Dantas. Segundo ela, a população do conjunto chegou a ficar duas semanas sem água no conjunto no final do ano passado, após a ocorrência dos outros dois acidentes que resultaram na paralisação do funcionamento da ETA.
Ainda na zona Sul da cidade, no bairro Promorar, moradores se amontoaram em filas, durante a manhã de ontem, para conseguir água nas hortas comunitárias da região. Já no Parque Piauí, a saída encontrada pelos moradores para conseguir água foi ir até o campo de futebol do bairro.( Diário do Povo )

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