(Foto: Wagner Almeida)
Belém - Nós temos
medo dos clientes e os clientes tem medo da gente. É assim que funciona
na nossa profissão”. Este depoimento resumiu a sensação de um homem que
trabalha há três anos como mototaxista e afirmou que carrega em cima de
duas rodas o medo, a discriminação e os mais variados riscos encontrados
nas esquinas onde ao invés de simples passageiros, a violência o espera
para uma corrida.
Em cima das duas rodas, a sensação de
liberdade de estar em uma motocicleta, com o passar dos anos, acabou se
tornando, no caso de usuários de mototáxis, sinônimo de medo, não tanto
mais pelo risco de um acidente, mas pela covardia da violência, podendo
até lhe tirar seu bem mais precioso: a vida.
A facilidade de acesso, a rapidez, a tarifa
do serviço mais barata, entre outras vantagens, atraem pessoas comuns
que necessitam chegar a um destino sem ser de táxi ou ônibus, dependendo
do horário. Mas também atraem criminosos que usam do serviço um meio
para cometer delitos, sejam roubos, tráfico de drogas, considerado o
mais comum, ou até mesmo execuções.
A reportagem policial do DIÁRIO já cobriu
incontáveis casos nos quais mototaxistas ou, em sua maioria, pessoas
trajando uniformes de mototáxi, que tiveram participação direta em
execuções por acerto de contas, flagrantes de tráfico de drogas, entre outros crimes.
Devido aos vários casos registrados e
tornados de conhecimento da sociedade, sejam dando fuga em assaltos,
homicídios, ou fazendo o serviço de “avião” para o tráfico, estes
criminosos que utilizam um serviço indiscutivelmente útil para quem
precisa, acabou tornando a profissão duvidosa para quem precisa fazer um
sinal na rua, subir na garupa e chegar mais rápido a um determinado
local.
Mas para quem realmente atua como
profissional os fatos acima são um grande problema. Muitos deles
normalmente acabam sendo alvos fáceis para assaltantes, principalmente
para quem trabalha durante a madrugada, horário em que a maioria das
pessoas está trancada em casa dormindo enquanto algumas aproveitam para
abrirem as portas da violência. ( Diário do Pará )
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