Carlos Newton
O ex-presidente Lula está fugindo da imprensa desde 23 de novembro,
quando irrompeu o escândalo da Operação Porto Seguro, com o envolvimento
de Rosemary Noronha, chefe de Gabinete da Presidência da República em
São Paulo e companheira de Lula em viagens oficiais a 32 países (sempre
na ausência de Dona Marisa Letícia, por coincidência, é claro).
Ontem, mais um capítulo dessa novela. Para escapar dos jornalistas,
Lula fez uma “visita- surpresa” à obra do Maracanã. Chegou por volta das
7h15 ao estádio, junto com o governador do Rio Sérgio Cabral e do
vice-governador Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB ao governo do
Rio em 2014.
Cabral, que nunca acorda cedo, fez o sacrifício para poupar Lula da
possibilidade de um encontro com os repórteres. Sua assessoria também
acordou cedo e providenciou a cobertura completa da visita, com textos,
vídeos e fotos, tudo produzido pelos jornalistas que trabalham no
Palácio Guanabara. O material foi distribuído no início da tarde, para
ganhar o máximo de exibição nos sites da imprensa, que publicou as fotos
assinalando que se trata de “divulgação”.
A visita de Lula ao Rio acontece na mesma semana em que o PMDB
fluminense divulgou nota em que condiciona o apoio à reeleição de Dilma à
desistência de candidatura própria do PT ao governo do estado em 2014. O
presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, disse concordar com a
posição do diretório estadual do Rio. Mas o presidente do PT, Rui
Falcão, afirmou que a candidatura do senador Lindbergh Farias é para
valer.
Voltando ao que realmente interessa, agora já faz mais de três meses
que Lula não dá uma entrevista à imprensa. Ao saber dessa fuga
permanente do político brasileiro, o filósofo Cícero certamente
perguntaria: “Até quando, Catilina?” E ninguém responderia. ( Tribuna da Imprensa )
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