Número foi informado pelo governador daquele estado ao presidente da Comissão
de Relações Exteriores da Câmara, que nesta quarta debaterá o assunto.
Governo quer restringir entrada de imigrantes pelo estado

Marcello Casal Jr./ABr
Fugindo da miséria em seu país natal, haitianos vivem em condições precárias em Brasiléia
O
governador do Acre, Tião Viana (PT), estará nesta quarta-feira (17), às
10h30, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da
Câmara dos Deputados para falar sobre os problemas que aquele estado
enfrenta em relação à imigração ilegal.
“Está acontecendo no Acre um
processo
de imigração maciça, principalmente de nacionais oriundos do Haiti”,
afirma o presidente da comissão, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA). “A
situação do Haiti é muito grave, é o país mais pobre do continente, o
Brasil mandou para lá uma força de paz, e acabou virando referência.
Segundo o governador [Tião Viana] me falou, 5 mil pessoas já entraram no
Acre ilegalmente. A maioria é de haitianos, mas também há pessoas de
outras nacionalidades, inclusive da África”, disse Pellegrino ao
Congresso em Foco.
Na semana passada, o senador Jorge Viana (PT-AC), ex-governador do
estado e irmão de Tião, relatou ter encontrado, em visita à cidade de
Basileia, 1.300 haitianos em situação ilegal. O número corresponde a 10%
da população do município, onde os imigrantes estão acampados em um
clube, em condições precárias, recebendo alimentação do governo
estadual. A situação levou o governo local a decretar estado de
emergência em Basileia e em Epitaciolândia, cidades que fazem fronteira
com Peru e Bolívia.
“Problema gravíssimo”
Além de Tião Viana, participarão do debate na Câmara dos Deputados
representantes dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores. De
acordo com Nelson Pellegrino, a Comissão de Relações Exteriores quer
tomar conhecimento das providências que estão sendo tomadas pelo governo
para fazer frente aos problemas emergenciais de hoje e discutir qual a
política de imigração seria mais adequada para o país.

Alexandra Martins/Ag. Senado
Pellegrino defende a adoção de medidas emergenciais nas fronteiras para evitar "problema gravíssimo"
“É
preocupante porque hoje não há nenhum tipo de controle”, pensa o
deputado. “Todos entram clandestinamente, e a informação de que é por
ali que se entra no país já se espalha por outras nações, ainda mais
quando sabemos que o Brasil vive um quadro praticamente de pleno
emprego.
Precisamos de uma política que embase isso, envolvendo controle de
fronteiras e até revisão de normas de concessões de visto, senão isso
pode gerar um problema gravíssimo”.
No Ministério das Relações Exteriores, aponta-se como prioridade o
combate aos chamados coiotes, profissionais pagos para colocar
imigrantes ilegalmente no país. Na última quarta-feira, o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou o envio ao Acre de uma
força-tarefa federal, reunindo funcionários dos dois órgãos e ainda dos
ministérios do
Trabalho e da Saúde.
O governo brasileiro busca uma fórmula de apoiar as imigrações para o país, desde que elas sejam feitas dentro da legalidade.
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