(Foto: Thiago Araújo)
Os bairros
de São Brás, Canudos, Fátima, parte da Pedreira e parte do Marco ficaram
sem água ontem, das 14h até a meia-noite. De acordo com a Cosanpa
(Companhia de Saneamento do Pará), a paralisação do abastecimento foi
necessária para manutenção de caráter emergencial.
A dona de casa Arlete Rodrigues disse que só
teve tempo de lavar a louça do almoço: “Não tem nem um mês que eles
colocaram esse registro aqui na frente para medir o consumo. Quero ver
como virá a conta no fim do mês. Semana passada faltou quase todos os
dias”.
Infelizmente, alguns moradores desses
bairros já estão se acostumando com a situação e se preparam sempre para
qualquer eventualidade. A aposentada Ana Albuquerque, por exemplo, já
mantém baldes com água para esse tipo de problema e outras suspensões de
abastecimento. “Eles dizem que avisam, mas nunca recebi esse aviso. Aí a
gente sempre mantém um pouco aqui para o caso de acontecer, porque
agora é comum”, conta.
Já o senhor Renato Hervey, morador do bairro
de São Brás, reclama que a chuva parece ser o problema. “Toda vez que
chove é isso. Parece que a Cosanpa fecha a torneira do nosso bairro”.
De acordo com a Cosanpa, a manutenção a ser
feita era nas bombas 01 e 03 do Complexo Utinga - São Brás. A companhia
pediu a compreensão da população e afirmou que o serviço era essencial
para o bom funcionamento do sistema.
Para o vidraceiro Joaquim Medeiros, o
problema já não traz tanto transtorno porque ele arranjou uma solução:
“Aqui eu tenho poço artesiano, aí fica mais fácil.
Mas é complicado sair de casa e quando voltar não ter água. Se tivesse
uma roupa para lavar, por exemplo, já teríamos um problema. Mas é
absurdo aumentar a conta e ficarmos sem um serviço de qualidade”,
ressaltou.
Mas na casa de dona Rosa Farias a
falta de água foi muito problema. Sem ser avisada, ela não estava
preparada. Não teve água para lavar a louça, a roupa que estava de molho
e os três filhos, de 10, 11 e 14 anos, ficaram sem poder tomar banho.
Fora o sanitário, que não pôde ser lavado. A maior raiva da Cosanpa quem
sentiu foi o marido, seu Francisco Gomes. “Trabalhei o dia inteiro na
oficina e agora cheguei todo sujo e não tem água. Toda semana falta
água, é uma vergonha e falta de respeito com a população”, desabafou o mecânico, em Canudos.
(Diário do Pará)
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