sexta-feira, 3 de maio de 2013

Em alta: Alertas de corrupção no governo crescem mais de 20% em 2 anos

 

 

 

 

 

 



 


Deu na Folha (Reportagem de Fernanda Odilla)



O sinal amarelo da corrupção dentro do governo acendeu 45 mil vezes só no ano passado, segundo o relatório de gestão concluído em março pela Controladoria Geral da União (CGU), principal órgão de controle federal. A marca é 21,6% maior que os 37 mil alertas de transações atípicas contabilizados em 2010 pela CGU, ao monitorar licitações públicas, gastos com cartões, diárias e passagens, além de terceirização na esfera federal.
Para o secretário-executivo da CGU, Carlos Higino Ribeiro de Alencar, o aumento está mais relacionado aos novos mecanismos de controle. “Estamos cada vez mais cruzando dados e informações”, disse, comparando o trabalho feito com o das operadoras de cartão de crédito, capazes de identificar padrões e desvios de gastos.
Os alertas das despesas do governo federal se enquadram em 40 tipos de possíveis casos de fraudes e irregularidades com recursos públicos que, para a CGU, merecem ser averiguados. Entre elas, estão vínculo societário entre licitantes, pregões nos quais a melhor proposta não venceu, gastos acima de R$ 200 com combustível ou de R$ 1.500 com cartão e servidor demitido que vira terceirizado.
OUTROS GOLPES
Alencar afirma que, dependendo da “trilha”, é possível identificar fraudes como pagamento de pensões e aposentadorias a pessoas mortas, ou compras de passagens mais caras às vésperas de viagens. O uso de cartões corporativos nos fins de semana também pode se confirmar como ato irregular. Dos 45 mil alertas em 2012, 78% se relacionavam a compras do governo; 13%, à terceirização; e 9%, ao uso de cartões corporativos.
Um dos alertas foi o da compra de um equipamento para uma nova rede de computadores de uma agência de regulação. A empresa vencedora ofereceu R$ 17,9 mil, desbancando propostas de R$ 9.700, R$ 9.800 e R$ 11,1 mil. As três foram desclassificadas por não atenderem a todos os requisitos da licitação. Segundo Higino, é comum empresas não qualificadas oferecerem preços mais baixos para desestimular concorrentes.

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