segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pernambucana é eleita presídente nacional da UNE

THIAGO GUIMARÃES
COORDENADOR-ADJUNTO DA AGÊNCIA FOLHA
Pernambucana de Garanhuns, terra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Virgínia Barros, 27, é a nova cara da UNE (União Nacional dos Estudantes) para o biênio 2013-2015.
Eleita presidente da entidade ontem, em Goiânia, em congresso que confirmou a hegemonia do PC do B sobre o movimento estudantil, que comanda desde 1991, ela rebate as críticas de governismo e de afastamento da UNE da vida real dos estudantes.
Vic, como é conhecida, diz, por exemplo, que o governo Dilma Rousseff é “inconsequente e omisso” na fiscalização da qualidade do ensino superior privado.
“A entrada de capital estrangeiro é preocupante, e não há regulação sobre padrões mínimos de qualidade nas faculdades privadas”, diz a aluna de letras da USP, com sotaque diluído pelos dois anos na capital paulista.
Virgínia define a gestão Dilma como “contraditória”, pela “política econômica conservadora”, e destina o mesmo adjetivo ao governo Eduardo Campos (PSB-PE), por pendências na saúde e na educação básica.
Neutra no primeiro turno e pró-Dilma no segundo turno de 2010, a UNE, afirma ela, ainda não discutiu 2014, mas vê uma eventual postulação dissidente como “legítima” –Campos é descrito como “grande governador” que “ainda vai contribuir muito para o Brasil”.



Vic





PRESIDENTA
O viés situacionista se acentua em menções ao julgamento do mensalão como “político” e na defesa das nomeações partidárias nas gestões do PC do B, seu partido, no Ministério do Esporte (“São indicações referendadas nas urnas.”).
O tom diplomático dos recém-eleitos desaparece em comentários de Virgínia nas redes sociais –ali há “caos” no metrô de São Paulo, o “pós-modernismo” de Marina Silva “dá enjoo” e o papa Francisco é “reacionário”.
Sobre leis no Congresso para mudar a meia-entrada no país, que podem aumentar em mais de 700% as carteirinhas emitidas pela UNE, a dirigente prefere não falar em cifras e diz que a ampliação do benefício para não-estudantes de baixa renda, aprovada no Senado, ainda “carece de regulamentação”.
Torcedora do Sport, do Recife, e fã de Rolling Stones e Strokes, ela, como Dilma, prefere ser chamada de presidenta. “Para democratizar também o português.”

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