Caminhoneiros
e manifestantes fizeram nessa segunda-feira (1º), 35 protestos em 23
rodovias de 9 Estados do País. Eles pedem redução no preço dos pedágios e
dos combustíveis, mudanças na legislação e mais segurança.
À tarde, a Justiça determinou o desbloqueio das estradas federais. Em
São Paulo, a Polícia Militar foi usada para liberar a Castelo Branco. O
governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer cobrar indenização dos
manifestantes.
Inicialmente, os protestos
estavam programados para terminar só amanhã. Na Anchieta, porém, os
caminhoneiros decidiram liberar as pistas por volta das 19h, depois de
13 horas fechada. Eles prometem voltar às 5h desta terça, 2, bloqueando o
tráfego nos dois sentidos. Na Castelo Branco, que ficou bloqueada das
5h40 às 20h30, os motoristas pretendiam dormir dentro dos veículos,
mas a PM frustrou o protesto usando bombas de efeito moral e balas de
borracha, segundo os caminhoneiros. As filas chegaram a 8 km.
“A polícia chegou jogando bomba e
tirando os caminhões com guinchos. A gente teve de sair. Não teve
jeito”, afirmou o caminhoneiro Claudinei de Oliveira, de 40 anos.
Segundo ele, uma mulher foi ferida por uma bala de borracha e levada ao
hospital pelo marido
de caminhão. A PM informou que a Tropa de Choque foi deslocada para a
rodovia. “A gente vai se mobilizar para fazer um novo protesto”, disse
Pereira. A paralisação da Castelo foi organizada por meio das redes
sociais, na internet. Apenas um dos sindicatos que representam a
categoria apoiou a manifestação o Movimento União Brasil Caminhoneiro
(MUBC) - as centrais sindicais rejeitaram vínculo. Em todo o Estado, 8
rodovias tiveram bloqueios.
Alckmin determinou, no fim da tarde de
ontem, que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) entrasse com uma ação
judicial para pedir a liberação imediata das rodovias e impedir
eventuais novos bloqueios. A PGE pretende cobrar indenizações pelos
prejuízos causados pelas manifestações. Por outro lado, o governo
atendeu indiretamente a um pedido dos caminhoneiros. A cobrança do eixo
suspenso, prevista para começar ontem, foi adiada por tempo
indeterminado.
“A cobrança não foi implementada, pois ainda depende da conclusão de medidas jurídicas e técnicas”, informou
a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). A cobrança
havia sido anunciada na semana passada por Alckmin como uma das medidas
necessárias para viabilizar a suspensão do reajuste dos pedágios.
Justiça
A Justiça Federal no Rio proibiu que
manifestações de caminhoneiros interrompessem o tráfego nas rodovias
federais, como a Dutra. Na decisão, a juíza afirmou que a paralisação
poderia impedir a liberdade de locomoção.
A Via Oeste, responsável pela Castelo,
entrou, na sexta, com cinco pedidos de interditos proibitórios (que
impedem o bloqueio total das rodovias). A 6.ª Vara Cível de Barueri
concedeu uma liminar na sexta. Ontem, a juíza responsável pelo caso
enviou os autos para a 3.ª Vara Cível, que tinha negado pedido
semelhante no mesmo dia.
(Agência Estado)
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