segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Dez deputados estaduais ainda devem trocar de partido nos próximos dias



Marcus Saldanha



 
Deputados mantém em pauta nos bastidores políticos as trocas partidárias. Faltando menos de uma semana, negociações estão em ritmo acelerado (JR Celedônio/Agência AL)
Deputados mantém em pauta nos bastidores políticos as trocas partidárias. Faltando menos de uma semana, negociações estão em ritmo acelerado
É muito grande o movimento de articulação nos bastidores políticos a poucos dias do fim do fim do prazo de migração partidária estabelecido pela Justiça Eleitoral (05 de outubro), um ano antes das eleições de 2014. Dos 42 deputados estaduais, pelo menos dez ainda podem aproveitar a janela de transferência para mudar de partido. Mas parlamentares evitam falar sobre o assunto e definição deve ficar para os últimos instantes.

Em geral, a decisão é motivada por busca de custos mais baixos para próxima campanha, legendas que exijam menor coeficiente eleitoral para sua reeleição, busca de maior controle partidário ou simplesmente insatisfação com a atual legenda por conta de discussões internas.

Muitos de olho nas coligações têm optado por partidos “menos pesados”, ou seja, onde o coeficiente eleitoral para eleger um deputado seja menor: "Para nós é muito mais interessante ter pessoas com potencial, mas ainda sem mandato. Esse inclusive é um diferencial do partido de criar quadros naturais valorizando a prata da casa. O PHS está aberto a discussões que favoreçam coligações com todos os partidos", defende o deputado Carlinhos Florêncio, presidente do diretório estadual do PHS no Maranhão.

O deputado Jota Pinto, presidente estadual do Partido Ecológico Nacional no Maranhão também vem trabalhando para reforçar seus quadros e tem feito convites, inclusive a parlamentares com mandatos. Para o deputado Manoel Ribeiro (PTB) que comentou a O Imparcial essa semana a possibilidade da vinda de Stênio Rezende (PMDB) ao partido, um deputado a mais na legenda agrega.

Suspense

Em entrevistas os deputados não revelam o destino para qual pretende mudar, mas deixam escapar nas entrevistas o descontentamento por motivos variados com as suas legendas. Bira do Pindaré (PT), por exemplo, não esconde que não está nada à vontade com o seu partido. Essa semana usou a tribuna para novamente falar de perseguição dentro do partido: “O PT cometeu mais um ato que eu diria de perseguição e de discriminação a minha pessoa, tendo em vista que solicitei ao partido a minha participação na propaganda partidária gratuita e eu fui o único parlamentar dessa Casa que não tive esta oportunidade.”, reclamou.
 
Entre as várias opções oferecidas ao deputado estão o PCdoB, PSB, o Rede Sustentabilidade caso se viabilize e até mesmo o recém registrado Partido Solidariedade.

Mas a dança dos partidos deve ser maior mesmo na base governista com mudanças no PMDB e PSD. O presidente estadual do PMDB no Maranhão, Remi Ribeiro já disse a O Imparcial que aqueles que deixarem o partido não levarão os mandatos. A declaração serviu para o deputado Afonso Manoel que retornou a sigla, após ter anunciado filiação ao PSD.

Porém outros deputados do PMDB, apesar de negarem, devem deixar a legenda. Fábio Braga, Stênio Rezende e Max Barros desejam a troca. Dessa forma a legenda que conta com a maior bancada na Assembleia Legislativa do Maranhão passaria a contar com apenas três deputados.
Perda maior ainda pode sofrer o PSD que conta atualmente com cinco deputados, Alexandre Almeida, Dr. Pádua, André Fufuca, Camilo Figueiredo e Tatá Milhomem. Destes, só o último não ameaça deixar o partido, a legenda é uma das mais jovens na Casa, cresceu rapidamente e pode acabar a atual legislatura sem um nenhum deputado. Já que Tatá Milhomem é suplente e pode deixar o cargo na volta de um secretário de estado.

Além desses, também cogitam mudanças o deputado Rigo Teles que pode deixar o PV e César Pires que pode sair do DEM. Mas outros já decidiram-se e fizeram a migração antes do prazo final, é o caso de Raimundo Cutrim que já havia deixado o PSD e Othelino Neto que deixou o PPS. Ambos agora reforçam a bancada crescente do partido comunista, somando-se a Rubens Pereira Jr. Vale destacar que nunca em sua história no Maranhão a sigla contou com três deputados estaduais.

Além desses, Graça Paz que saiu do PDT e acertou sua ida para o PSL do deputado Edson Araújo e do vereador Chico Carvalho. Sua intenção inicial era o PHS de Carlinhos Florêncio, mas acabou decidindo-se pelos socialistas liberais junto com o marido Clodomir Paz, também ex- PDT.

Na Câmara de São Luís, o ritmo de migração foi consideravelmente menor, talvez porque as eleições proporcionais do ano que vem não são municipais. Dos 31 vereadores, apenas Chaguinhas aguarda decisão do TRE para migrar do PRP para o PSL. Inicialmente o destino do vereador seria o PEN que chegou inclusive a oferecer suporte jurídico para que o vereador fosse liberado na Justiça eleitoral, mas Chaguinhas parece ter driblado o presidente estadual do PEN Jota Pinto e fechado com o PSL.
( O Imparcial )

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