A auditoria da ‘dívida’ está na Constituição de 88, 24 anos atrasada. Nossa dívida externa, em 30 anos, cresceu 200 vezes. Eduardo Campos e o socialista Romário.
Helio Fernandes/Tribuna Da Imprensa
A Constituição de 1988 (a “Cidadã”, Ulysses Guimarães) está completando 25 anos. Num país de tantas Constituições e até “constituições”, é a segunda melhor. A primeira é de 1946, surgida depois de uma ditadura de 15 anos. A de 88 substituiu outra ditadura, de 21 anos.
Essa dita “Cidadã” é muito grande, podia ter ficado pela metade. E tem muita coisa que jamais foi cumprida ou cogitada. Como a auditoria da dívida externa, que deveria ser feita em 1 ano. Está atrasada em 24 anos. Mas para este repórter, o atraso é muito maior, pois desde os anos 50 eu combatia por essa auditoria.
(Um parênteses para explicar: nos anos 50 e seguintes, não existia a “dívida interna” que hoje devora no mínimo, no mínimo, 160 BILHÕES de reais. E para AMORTIZAR (amortizar e não pagar), inventaram o que se chama de “déficit primário”. É o único país do mundo que tem essa coisa esdrúxula, excrescência, extravagância).
EM 1959, JK “REESTRUTURA A DÍVIDA”
Comecei a equacionar, denunciar e combater essa “dívida” no meio dos anos 50, mais precisamente em 1956. (Ainda no “Diário de Notícias”, quando fazia coluna e artigo, diariamente. Ninguém, nenhum repórter ou jornalista, fez isso no mundo inteiro).
Voltado para a mudança da capital (O maior escândalo da nossa História, 500 vezes maior do que o mensalão). (Isto é apenas informação e comparação, nada a ver com o julgamento, que venho tratando no espaço e no momento adequado).
EM 30 ANOS, FOMOS ROUBADOS
EM QUASE 200 BILHÕES
Em 1958, “devíamos” 800 milhões (ainda não havia o real, lógico). Em 1959, eu incomodando diariamente, o presidente teve que tomar providência. Chamou o senhor Roberto Campos, presidente do BNDES (ainda não tinha o S de Social, hoje tem o S, mas continua sem o Social, a não ser para financiar a elite e com juros que custam a metade dos juros normais), mandou que cuidasse do refinanciamento dessa “dívida”.
Consumiu 9 meses, o tempo de uma vida, combinou e coordenou tudo com os americanos, a “dívida” passou a ser de 1 BILHÃO, aumentaram 25 por cento. Mas isso não é tudo ou não é nada.
Praticamente 30 anos depois, espantosamente essa “dívida” atingia 200 BILHÕES. Cresceu 200 vezes, ninguém foi preso, acusado, indiciado, condenado.
Continuei insistindo, passei para a Tribuna, e denunciando esse roubo. Em 1988, ouvindo vozes, os constituintes colocaram essa auditoria na Constituição.
Só que esqueceram que a “dívida” já estava paga desde 1960. Agora não haverá cobrança possível e imaginável, ou até mesmo possível.
APARECE A AMALDIÇOADA
“DÍVIDA” INTERNA
E também não teria sentido, já que veio o que chamam de “dívida interna”. Só que de responsabilidade da União (governo federal), já bateu em 2 TRILHÕES e não para de crescer. “Economizam”, palavra que usam muito, para a”amortizar” essa “dívida”. Como disse no início destas lembranças, 160 bilhões anuais.
Muitas vezes não conseguem “economizar” o suficiente, não amortizam tudo, os clientes não se irritam. A “dívida” aumenta, e são remunerados pela Selic. Uma coisa inacreditável.
PS – Em suma, não há suma. Mas comemorando esses 25 anos, distribuirão medalhas. Quem vai ganhar? O próprio Lula, que foi constituinte. Sua grande contribuição: “O Congresso constituinte tem 300 picaretas”. É lógico que merece a condecoração. Depois, no Executivo, multiplicou esses 300, que são mais de 3 mil. Só?
O SENADO DO PARANÁ
Agora, em 2014 só existe uma vaga. Nesse Estado, os irmãos Alvaro e Osmar são candidatos. O governador Beto Richa, do PSDB, se encontrou com Álvaro, do mesmo partido. Mas não há conciliação possível.
O GOVERNO DO ESTADO
Dona Gleisi Hoffmann é múltipla e eleitoralmente esplendorosa. É senadora, chefe da Casa Civil, candidata a governadora. Está mais desconsolada do que antes, quando era ou se julgava favoritíssima. Todos esperam Requião, que tem o maior cacife eleitoral do Estado. Dona Gleisi, se perder, volta para o Senado, onde só esteve de passagem. Que República.
O PARTIDO DE DONA MARINA
O que estão fazendo com ela é uma indignidade. Registram partidos ostensivamente de aluguel, e criam todas as dificuldades burocráticas para ela.
Na pesquisa de anteontem, ela já aparece com menos seis por cento, não que eu acredite nessas pesquisas. Mas a queda tem uma razão e uma explicação.
Na medida que vai chegando o dia 5 de outubro e seu partido não se materializa, as estimativas se reduzem. Se a Rede não surgir, Dona Marina desaparece.
Deviam registrar a Rede de Dona Marina, por comparação. O Pros tem um dono, que foi vereador com 800 votos, não se elegeu deputado estadual. Representa o quê? Paulinho da Força sabia que ia ser validado, dava até o resultado, 4 a 3. Para acertar assim, deve ter formado o Solidariedade numa lotérica. Está sendo procurado e assediado por todos.
PARTIDOS, SÓ COM REPRESENTANTES
Não sou contra a criação de legendas. Mas com representantes eleitos. Um só exemplo: na Alemanha, os partidos, para existirem, precisam ter 3 por cento do total da Câmara. Como são 640 deputados, precisam de 19 deputados. O Partido Verde ficou 14 anos elegendo dois ou três deputados, não existia. Agora tem 42, não é muito, 6%, melhor do que dois ou três.
No Brasil qualquer um pode ser “dono” de um partido. Recebe dinheiro anualmente, mensalmente, mais a cota de televisão “gratuita”. Como defendo há anos, todos os partidos deveriam ter candidato a presidente, apoio a outro só no segundo turno. Como está “alugam”, o tempo de televisão, muito bem pago.
CABRALZINHO SEM LASTRO
O que venho dizendo aqui se confirma por várias formas. Dona Dilma não tem cacife para nomeá-lo ministro. Só se o Lula mandar. Mas por que o Lula mandaria, com o atualíssimo “fora,Cabral”? Se cabralzinho sair, pode fortalecer o Pezão, que seria candidato como “governador”. E aí não ganha, mas prejudicaria o candidato do PT, senador Lindbergh.
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PS – Aquino, meu parabéns, você fez biografia sensacional do passado não político-eleitoral do Romário. Não deixou um ponto fora da curva. Só que depois de eleito, Romário vai se comportando muito bem, ou igual aos outros.
PS2 – Só que depois de você escrever, apareceu uma foto em diversos jornais, Eduardo Campos e Romário, este sendo empossado na presidência do PSB do Rio. Dois “socialistas”.
PS3 – O ex-presidente estadual do PSB, demitido pelo governador de Pernambuco, gritou, retumbou, protestou: “Desde quando Romário é socialista?”. Devia perguntar o mesmo, mas em relação ao próprio “dono” do partido.
PS4 – Seu amor filial é maior do que o eleitoral, mobilizou a Câmara inteira para a mãe ser ministra do Tribunal de Conta. Agora demite todos que se insurgem contra sua autocandidatura. . E nem é candidatura, nas pesquisas (que não valem muito) nunca aparece com mais de 5% dos votos. Diz que o que interessa “é o segundo turno”. Ha!Ha!Ha!
PS5 – Aqui no Brasil, quando falarem em corrupção (todo dia), não esqueçam de Berlusconi. O maior corrupto da Itália e do mundo, condenado várias vezes por sonegação e fraude fiscal, nunca vai preso, derrubou o governo.
PS6 – Como o primeiro-ministro Enrico Letta tinha maioria escassa, não resistiu à saída do partido de Berlusconi. Haverá nova eleição. Berlusconi não vencerá, mas obterá votos suficientes para manter o governo sequestrado.
PS7 – Doutor Jorge Béja, mais um apostador, sozinho, ganhou a mega-sena. Na cidade de Italva, interior do Estado do Rio. Passados quase 20 anos, quando a Caixa se recusava a responder qualquer coisa que escrevêssemos, por que esperar explicação agora? “Vem pra Caixa você também”.
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