domingo, 1 de setembro de 2013

Obama se curvou à opinião pública, agora falta o Congresso.

 

 


Carlos Newton



O presidente dos Estados Unidos tem total independência e pode ordenar o ataque à Síria no momento que bem entender. Essa integral delegação de poderes ao chefe do Executivo ainda é uma lembrança dos tempos da guerra fria, mas de lá para cá ninguém se interessou em revogá-lá e Obama hoje pode agir sem ouvir ninguém.
De repente, decidiu ouvir o Congresso, que está em recesso e só volta na outra segunda-feira, dia 9. Motivo: uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (30/08) pela influente rede de TV norte-americana NBC mostra que 79% da população querem que o presidente Barack Obama seja autorizado pelo Congresso antes de iniciar qualquer ataque à Síria.
Este é o primeiro dado: quatro em cada cinco americanos condenam essa delegação de poderes ao presidente. Para Obama, o pior é que a possível invasão divide os norte-americanos. Metade dos entrevistados acredita que os EUA não devem intervir na Síria. Preferem uma simples retaliação, com o lançamento de mísseis de navios, o que tem a aprovação de 50% dos consultados.
DIVISÃO
Os países aliados dos Estados Unidos também estão divididos. Na quinta-feira, o Parlamento britânico rejeitou a proposta do primeiro-ministro David Cameron de apoiar um ataque contra a Síria. Mas a França segue apoiando e, o presidente François Hollande, chegou a dizer na sexta que uma intervenção na Síria seria possível mesmo sem a participação do Reino Unido. Mas será que os franceses têm a mesma opinião do presidente?
Falta agora saber se o relatório dos observadores da ONU é conclusivo ou não. O presidente da Rússia, Wladimir Putin, está desafiando os EUA a provarem que foram as forças armadas da Síria que usaram as armas químicas. O relatório vai demorar três semanas para ser concluído, quando se saberá se houve uso de armas químicas. Mas quem as usou? Isso é que importa para o mundo todo, menos para os Estados Unidos e para a França, que vomita sobre o próprio lema da liberdade, igualdade, fraternidade.
E a verdade é que, se a Rússia não estivesse se posicionando com tanto empenho, os EUA já teriam invadido a Síria, sem se importar com a opinião de ninguém. Esta é a questão…(Tribuna Da Imprensa )

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