Ex-presidente liga para Lindbergh e o deixa sem chance de dizer ‘não’ a ‘pedido pessoal’
Sim, é o que parece: Lula, único ser humano capaz de conter Lindbergh, interveio no PT do Rio. E, de quebra, vai ganhando tempo para não azedar de vez a parceria com o PMDB nacionalmente. A conversa, ao vivo e a cores, com Lindbergh e lideranças petistas do Rio ficou para semana que vem. Na verdade, Lula tem amanhã uma reunião com a cúpula do PMDB exatamente para falar sobre alianças entre os dois partidos. A saída do PT do governo Sérgio Cabral no mesmo dia poderia, naturalmente, contaminar a conversa de Brasília.
“Como negar um apelo do Lula? Já relaxei. Entendi que tem que esperar”, disse Lindbergh. Ele já admite a possibilidade de tocar sua pré-campanha mesmo que a saída do governo demore demais. Mas, como ninguém é de ferro, ataca.
‘JÁ DEMARQUEI MEU CAMPO’
“Não vou ficar parado à espera deles (PMDB). Já demarquei meu campo”, comentou Lindbergh sobre a possibilidade de Lula convencer o PMDB a retirar a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão e apoiar o PT. O ex-presidente estaria embalado pelos resultados de pesquisas que colocam Lindbergh à frente de Pezão. Nessa hipótese — que também percorreu os bastidores ontem —, o partido de Lula ficaria ao lado de Cabral até março. E aí, senador? “Aí, é outra conversa.”
A terceira versão aponta uma possibilidade mais palpável para o adiamento da saída do PT: as quase mil pessoas que teriam que entregar seus cargos pegariam, ao menos, o último décimo-terceiro.
Pezão, é claro, falou o mínimo que pode : “Está muito cedo para 2014.”
Florêncio acha cenário ‘chato’
O presidente regional do PT no Rio, Jorge Florêncio, passa o cargo amanhã para seu sucessor, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá. Mas encerra o mandato garantindo a quem gosta de uma intriga: “Não tenho dúvida de que a candidatura do Lindbergh é irreversível.” Só acha o adiamento “chato” porque “dá munição” a quem acha que o PT só está de olho nos cargos — uma antiga fama. Mas pondera que também é “irreversível” a aliança PT-PMDB em nível nacional. “Temos que ter cuidado aqui no Rio”, disse ele ontem sobre um eventual apoio de Pezão a Lindbergh.
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