Pedro Zanotti Filho
(Repórter Sindical)
Ao longo das décadas, o Servidor Público brasileiro tem sido
sacrificado. Na ditadura, fomos impedidos de nos organizar em Sindicatos
e de lutar, de forma mais efetiva, por nossos direitos e valorização
dos serviços públicos.
Nos anos Collor, éramos chamados de marajás e jogados contra a
opinião pública. Nos anos neoliberais de FHC, os defensores do Estado
mínimo jogaram pesado para desmerecer a relevância da nossa função.
Tivemos alguns avanços nos últimos anos. Mas aquém do que precisamos.
Em Guarulhos, conquistamos em lei a Comissão Permanente de Negociação
(CPN), mas a batalha é tornar essa negociação mais efetiva e produtiva.
Pois bem. Agora, somos surpreendidos por um projeto que, na prática,
impede a greve no serviço público. O Congresso Nacional, que nos deve a
regulamentação da Convenção 151, da OIT, vem agora querer barrar o
direito de greve.
CONTRADIÇÃO
Veja a contradição: o Congresso, ao não regulamentar a 151, nega a
garantia da negociação dos servidores – negociação absolutamente
fundamental para que as demandas sejam debatidas, evitando-se a
paralisação.
Há vários projetos no Congresso tentando restringir o direito de
greve do servidor, que conquistamos na Constituição de 1988. O atual tem
uma agravante. É a iniciativa do senador tucano Aloísio Nunes Ferreira,
que impõe barreiras e, na prática, impede a greve.
O trabalhador, do setor privado ou público, não faz greve pela greve.
A paralisação é sempre consequência da intransigência patronal. Os
governantes são apenas portadores de mandato, enquanto o servidor é do
quadro permanente do Estado, do Município ou da União. Nossa relevância
para a Nação é inquestionável.
Os servidores buscam avanços. Não abrimos mão de lutar e, por meio de
greve, se preciso for. Rechaçamos o ataque a direitos. E dizemos não ao
retrocesso. A todo retrocesso, legal, institucional e político!
Pedro Zanotti Filho é presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos (Stap).
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